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4 em cada 10 guerrilheiros colombianos são menores

Segundo o estudo, as Farc têm maior responsabilidade neste crime de lesa-humanidade em termos absolutos, enquanto o ELN é o que mais recruta em parâmetros relativos

O exército denunciou há dois meses que as Farc camuflavam e usavam menores de idade conhecidos como ''pisa suave'' para colocar as minas (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2012 às 19h24.

Bogotá - Quatro em cada dez guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia ( Farc ) e do Exército de Libertação Nacional (ELN) são menores de idade, revelou nesta segunda-feira a autora de um relatório sobre recrutamento infantil no país andino.

Natalia Springer - analista política e colunista em vários veículos de imprensa locais - antecipou em uma entrevista à rádio ''RCN'' alguns números do relatório ''Como cordeiros entre lobos'', que apresenta na quarta-feira no Instituto Colombiano de Bem-estar Familiar (ICBF).

''Atualmente, pelo menos quatro de cada dez combatentes das Farc e do ELN são crianças'', advertiu Natalia ao alertar que o recrutamento infantil cresceu 17% nos últimos quatro anos.

Segundo o estudo, as Farc têm maior responsabilidade neste crime de lesa-humanidade em termos absolutos, enquanto o ELN é o que mais recruta em parâmetros relativos.

''Não temos todos os dados das bacrim (como o governo denomina as organizações criminosas de narcotraficantes herdeiras das estruturas paramilitares), mas achamos que estariam recrutando mais que as guerrilhas juntas'', alertou a investigadora.

Para estabelecer esses dados, Natalia disse que foram analisadas as bases de dados dos ex-combatentes as datas de ingresso em cada grupo, e se examinou no tempo a tendência do recrutamento.

''Mais da metade dos adultos ex-combatentes das Farc ingressou menor de idade'', disse, e ressaltou que ''jamais, em nenhum caso, o recrutamento leva em conta a vontade das crianças''.

Com o estudo, a analista busca questionar o número total de menores envolvidos no conflito armado colombiano, que durante anos foi estimado em 13 mil, e que sua pesquisa leva a crer que a quantidade é ainda maior.


''Neste momento achamos que pelo menos 18 mil estão combatendo em grupos armados ilegais e organizações criminosas e pelo menos 100 mil estão vinculados a setores da economia ilegal'', denunciou Natalia.

Além disso, expressou sua preocupação com o fato de serem utilizados como ''bala de canhão'', ou seja, para atividades perigosas, como fabricar, transportar e localizar minas artesanais.

O exército denunciou há dois meses que as Farc camuflavam e usavam menores de idade conhecidos como ''pisa suave'' para colocar as minas, com treinamentos cruéis que tendem a desumanizar o conflito.

''O perfil dessas crianças é o mesmo: famílias atípicas, desnutrição, pobreza extrema, restrições ao acesso à água, renda menor que 200 mil pesos (R$ 225,20) mensais'', descreveu.

A Promotoria da Colômbia confirmou hoje que dois menores de idade faziam parte de um grupo de seis guerrilheiros das Farc que atacaram com explosivos uma torre de energia no final da semana passada, causando um apagão na cidade de Buenaventura, o porto colombiano mais importante do Pacífico.

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Bogotá - Quatro em cada dez guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia ( Farc ) e do Exército de Libertação Nacional (ELN) são menores de idade, revelou nesta segunda-feira a autora de um relatório sobre recrutamento infantil no país andino.

Natalia Springer - analista política e colunista em vários veículos de imprensa locais - antecipou em uma entrevista à rádio ''RCN'' alguns números do relatório ''Como cordeiros entre lobos'', que apresenta na quarta-feira no Instituto Colombiano de Bem-estar Familiar (ICBF).

''Atualmente, pelo menos quatro de cada dez combatentes das Farc e do ELN são crianças'', advertiu Natalia ao alertar que o recrutamento infantil cresceu 17% nos últimos quatro anos.

Segundo o estudo, as Farc têm maior responsabilidade neste crime de lesa-humanidade em termos absolutos, enquanto o ELN é o que mais recruta em parâmetros relativos.

''Não temos todos os dados das bacrim (como o governo denomina as organizações criminosas de narcotraficantes herdeiras das estruturas paramilitares), mas achamos que estariam recrutando mais que as guerrilhas juntas'', alertou a investigadora.

Para estabelecer esses dados, Natalia disse que foram analisadas as bases de dados dos ex-combatentes as datas de ingresso em cada grupo, e se examinou no tempo a tendência do recrutamento.

''Mais da metade dos adultos ex-combatentes das Farc ingressou menor de idade'', disse, e ressaltou que ''jamais, em nenhum caso, o recrutamento leva em conta a vontade das crianças''.

Com o estudo, a analista busca questionar o número total de menores envolvidos no conflito armado colombiano, que durante anos foi estimado em 13 mil, e que sua pesquisa leva a crer que a quantidade é ainda maior.


''Neste momento achamos que pelo menos 18 mil estão combatendo em grupos armados ilegais e organizações criminosas e pelo menos 100 mil estão vinculados a setores da economia ilegal'', denunciou Natalia.

Além disso, expressou sua preocupação com o fato de serem utilizados como ''bala de canhão'', ou seja, para atividades perigosas, como fabricar, transportar e localizar minas artesanais.

O exército denunciou há dois meses que as Farc camuflavam e usavam menores de idade conhecidos como ''pisa suave'' para colocar as minas, com treinamentos cruéis que tendem a desumanizar o conflito.

''O perfil dessas crianças é o mesmo: famílias atípicas, desnutrição, pobreza extrema, restrições ao acesso à água, renda menor que 200 mil pesos (R$ 225,20) mensais'', descreveu.

A Promotoria da Colômbia confirmou hoje que dois menores de idade faziam parte de um grupo de seis guerrilheiros das Farc que atacaram com explosivos uma torre de energia no final da semana passada, causando um apagão na cidade de Buenaventura, o porto colombiano mais importante do Pacífico.

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