Venda de imóveis em São Paulo supera resultado do ano passado
Pesquisa do Secovi-SP mostra que as vendas de imóveis residenciais novos acumuladas no ano superaram o volume registrado no mesmo período de 2019
Gabriella Sandoval
Publicado em 26 de outubro de 2020 às 12h58.
Última atualização em 15 de março de 2021 às 19h58.
Apesar da queda no número de lançamentos por causa da pandemia, as vendas de imóveis em São Paulo não pararam. Segundo uma pesquisa realizada pelo departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), em setembro deste ano foram comercializadas 5.147 unidades residenciais novas na cidade. O desempenho representa um recorde da série histórica para o mês e um crescimento de 19,2% em relação a setembro do ano passado.
E apesar da queda de 18,9% nas vendas em relação a agosto deste ano, quando foram comercializadas 6.350 unidades, no acumulado dos últimos 12 meses, o desempenho foi 12,7% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com a pesquisa, de outubro de 2019 a setembro de 2020 foram vendidas 49.715 unidades em São Paulo.
“Essa queda está relacionada à redução de lançamentos”, diz Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP. Isso porque, explica, do total negociado no mês de setembro, 64% das unidades estavam na chamada “fase de lançamento”. “O melhor resultado de vendas foi percebido nos empreendimentos lançados nos últimos seis meses. Esse fato demonstra a aderência ao produto colocado à venda mais recentemente”, destaca.
Retomada dos lançamentos
De acordo com dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), a cidade de São Paulo registrou, em setembro, o lançamento de 6.238 unidades residenciais, volume 22,4% inferior ao apurado em agosto (8.039 unidades) e 40,4% acima do total de setembro de 2019 (4.444 unidades). No acumulado de 12 meses (outubro de 2019 a setembro de 2020), os lançamentos na capital paulista somaram 56.646 unidades, 1,3% acima das 55.927 unidades lançadas no mesmo período do ano anterior (outubro de 2018 a setembro de 2019). Os imóveis econômicos representaram 42% das vendas de setembro em termos de unidades. No entanto, em VGV (Valor Global de Vendas), a participação foi de 14,4%.
“Os resultados positivos de lançamentos e vendas estão ligados à Selic extremamente baixa, de 2%, à facilidade de financiamento para atender uma demanda reprimida e também porque compradores e investidores perceberam que estamos em um dos melhores momentos para se comprar um imóvel ou investir nesse segmento”, afirma Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP.
Previsão para 2020
Diante do comportamento do mercado imobiliário da capital, a previsão do Secovi é de que o setor encerre o ano com cerca de 40.000 a 45.000 unidades lançadas e com um número próximo às unidades vendidas em 2019. “Mesmo em meio a uma pandemia histórica, que influenciou a economia e o comportamento da humanidade, os números de 2020 nos deixam atrás somente dos resultados de 2019, ano em que foram lançadas 65.000 unidades e comercializadas 49.000 unidades”, ressalta Basilio Jafet, presidente do Secovi-SP.
Segundo ele, as perspectivas para o mercado na cidade de São Paulo são positivas, já que está prevista para 2021 a revisão do Plano Diretor Estratégico, abrindo a possibilidade de promover ajustes na legislação atual. “O Secovi-SP e cinco entidades elaboraram uma série de propostas, que foram enviadas aos candidatos à prefeitura. A expectativa é que o prefeito eleito incorpore nossas sugestões ao plano de governo e que, assim, possamos contribuir para estimular o bom desenvolvimento urbano”, conclui Jafet.
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