Mercado Imobiliário

Qual documento é considerado 'justo título' na usucapião?

Um testamento que inclua disposições sobre a transferência de bens pode ser considerado justo título

A falta de um documento pode inviabilizar a concessão da usucapião (AmnajKhetsamtip/iStockphoto)

A falta de um documento pode inviabilizar a concessão da usucapião (AmnajKhetsamtip/iStockphoto)

Publicado em 1 de outubro de 2024 às 19h00.

A usucapião é um mecanismo legal que permite a aquisição da propriedade de um bem por meio da posse prolongada e pacífica. Entretanto, para que o processo de usucapião seja efetivo, é necessário apresentar um "justo título". Neste artigo, vamos discutir o que é considerado um justo título na usucapião e quais documentos podem ser utilizados para esse fim, de acordo com a legislação brasileira.

O que é justo título?

O justo título é um dos requisitos fundamentais para a usucapião, que estabelece a legitimidade da posse do bem. De acordo com o Código Civil brasileiro, o justo título é um documento que comprova a origem da posse do bem, conferindo a ele um caráter de legalidade e justificando a sua aquisição. A presença do justo título é especialmente importante em casos onde a posse não é baseada em um ato formal de transferência de propriedade.

Quais documentos podem ser considerados como justo título?

Diversos documentos podem ser utilizados como justo título na usucapião. Abaixo, listamos alguns dos principais tipos:

1. Contrato de compra e venda

Um contrato de compra e venda, mesmo que não tenha sido registrado em cartório, pode ser considerado um justo título. Desde que comprove a intenção das partes de transferir a propriedade, o documento pode ser utilizado para fundamentar a posse do bem.

2. Escritura pública

A escritura pública é um dos documentos mais robustos que podem servir como justo título. Quando a propriedade é transferida através de uma escritura pública, o documento tem maior peso legal e pode facilitar o processo de usucapião, pois demonstra a intenção clara de transferência de propriedade.

3. Testamento

Um testamento que inclua disposições sobre a transferência de bens pode ser considerado justo título na usucapião. No entanto, a efetivação do testamento deve ocorrer de acordo com as normas legais pertinentes, e a posse do bem deve ser exercida de maneira contínua.

4. Declaração de posse

Uma declaração de posse, especialmente quando acompanhada de testemunhas e evidências da ocupação do bem, pode ser usada como justo título. Essa declaração deve evidenciar a continuidade e a pacificidade da posse.

Por que você deve saber sobre isso

É essencial que aqueles que buscam a usucapião compreendam a importância do justo título no processo. A falta de um documento que comprove a legitimidade da posse pode inviabilizar a concessão da usucapião, mesmo que os outros requisitos sejam atendidos.

Por isso, é sempre recomendável buscar a orientação de um advogado especializado em direito imobiliário, que pode auxiliar na identificação e na elaboração dos documentos necessários para fortalecer a reivindicação de usucapião.

A usucapião é uma ferramenta poderosa para garantir a regularização da propriedade, e a apresentação de um justo título adequado é fundamental para o sucesso dessa ação.

Acompanhe tudo sobre:Guia do Mercado Imobiliário

Mais de Mercado Imobiliário

Como comprar a casa própria usando financiamento imobiliário

Como vender um imóvel vinculado a herdeiro com nome negativado

É possível regularizar um imóvel de herança que nunca foi registrado em cartório?

O que acontece depois que o inventário fica pronto?