Caixa recebe critica por volatilidade no crédito imobiliário
A declaração foi feita pelo coordenador do Índice FipeZap, que ressalta a negativa dessa decisão para o mercado, uma vez que afeta o planejamento do consumidor
Da Redação
Publicado em 8 de março de 2016 às 15h37.
São Paulo - A decisão da Caixa Econômica Federal de aumentar a fatia financiável para aquisição de imóveis usados, cerca de um ano após reduzir essa porcentagem, indica a falta de convicção do banco em sua política para crédito imobiliário , afirmou o coordenador do Índice FipeZap , Eduardo Zylberstajn.
O especialista ressaltou que essa volatilidade é negativa para o mercado, uma vez que afeta o planejamento do consumidor para um processo de prazo tão longo quanto o financiamento imobiliário.
"A volatilidade nas regras do jogo prejudica o mercado, pois o consumidor não sabe como serão as normas quando comprar um imóvel", afirmou o especialista.
"Isso faz com que o planejamento, de um processo de prazo tão longo, seja bastante afetado", acrescentou.
Mais cedo, a Caixa anunciou a elevação da cota de financiamento do imóvel usado pelo Sistema de Financiamento Habitacional (SFH) de 50% para 70% no caso de clientes do setor privado que queiram adquirir imóveis de até R$ 750 mil.
Para setor público, cota foi elevada de 60% para 80%.
Os imóveis usados financiados pelo Sistema Financeiro Imobiliário, acima de R$ 750 mil, em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, e de R$ 650 mil nos demais Estados, passarão a ser financiados em 60%, dos atuais 40%, para o setor privado.
Para o setor público, cota passou de 50% para 70%
A decisão foi anunciada menos de um ano após a fatia ser reduzida pela Caixa.
Em maio de 2015, a Caixa havia informado a redução da cota de 80% para 50% no caso do SFH e de 70% para 40% no caso do SFI.
Na época, o banco disse que o objetivo era focar a oferta de crédito habitacional em moradias novas.
Já nesta terça-feira pela manhã o discurso trouxe foco mais amplo, envolvendo uma recuperação econômica.
"Essas medidas têm duplo impacto, uma vez que viabilizam o acesso à moradia para a população e aquecem o segmento da construção civil, gerando mais emprego e renda", ressaltou a presidente do banco, Miriam Belchior Miriam Belchior, em evento ocorrido em São Paulo.
O coordenador da FipeZap ressaltou que o mercado imobiliário precisa ser analisado como um todo, em vez de segmentar entre novos e usados. "Não são mercados separados.
Tem quem compre um novo com o dinheiro da venda do usado. É uma relação próxima e mudanças nas regras, e nas prioridades, podem criar desequilíbrios", afirmou.
De acordo com o anúncio, a Caixa também vai passar a financiar a compra de um segundo imóvel, nas mesmas condições utilizadas para financiar o primeiro.
Dessa forma, o cliente poderá ter dois imóveis financiados ou mais tempo para vender o primeiro, destacou a presidente do banco.
Apesar da intenção da Caixa em estimular o mercado, o problema do setor não está apenas na disponibilidade de crédito, mas também na demanda por unidades residenciais, afirmou o especialista da FipeZap.
"As pessoas estão com dificuldades no mercado de trabalho e falta confiança para aquisição de um imóvel", afirmou.
"O impacto da medida da Caixa não vai ser completo, pois é preciso resolver a demanda também, embora o banco não tenha grande influência sobre isso", afirmou.
Essas mudanças na política da Caixa, de acordo com o especialista, indicam a necessidade de discutir o modelo de financiamento imobiliário no Brasil.
"As alterações mostram que não é clara a maneira pela qual busca-se melhorar o crédito imobiliário", afirmou. "É preciso pensar no longo prazo e sair do imediatismo", acrescentou.
São Paulo - A decisão da Caixa Econômica Federal de aumentar a fatia financiável para aquisição de imóveis usados, cerca de um ano após reduzir essa porcentagem, indica a falta de convicção do banco em sua política para crédito imobiliário , afirmou o coordenador do Índice FipeZap , Eduardo Zylberstajn.
O especialista ressaltou que essa volatilidade é negativa para o mercado, uma vez que afeta o planejamento do consumidor para um processo de prazo tão longo quanto o financiamento imobiliário.
"A volatilidade nas regras do jogo prejudica o mercado, pois o consumidor não sabe como serão as normas quando comprar um imóvel", afirmou o especialista.
"Isso faz com que o planejamento, de um processo de prazo tão longo, seja bastante afetado", acrescentou.
Mais cedo, a Caixa anunciou a elevação da cota de financiamento do imóvel usado pelo Sistema de Financiamento Habitacional (SFH) de 50% para 70% no caso de clientes do setor privado que queiram adquirir imóveis de até R$ 750 mil.
Para setor público, cota foi elevada de 60% para 80%.
Os imóveis usados financiados pelo Sistema Financeiro Imobiliário, acima de R$ 750 mil, em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, e de R$ 650 mil nos demais Estados, passarão a ser financiados em 60%, dos atuais 40%, para o setor privado.
Para o setor público, cota passou de 50% para 70%
A decisão foi anunciada menos de um ano após a fatia ser reduzida pela Caixa.
Em maio de 2015, a Caixa havia informado a redução da cota de 80% para 50% no caso do SFH e de 70% para 40% no caso do SFI.
Na época, o banco disse que o objetivo era focar a oferta de crédito habitacional em moradias novas.
Já nesta terça-feira pela manhã o discurso trouxe foco mais amplo, envolvendo uma recuperação econômica.
"Essas medidas têm duplo impacto, uma vez que viabilizam o acesso à moradia para a população e aquecem o segmento da construção civil, gerando mais emprego e renda", ressaltou a presidente do banco, Miriam Belchior Miriam Belchior, em evento ocorrido em São Paulo.
O coordenador da FipeZap ressaltou que o mercado imobiliário precisa ser analisado como um todo, em vez de segmentar entre novos e usados. "Não são mercados separados.
Tem quem compre um novo com o dinheiro da venda do usado. É uma relação próxima e mudanças nas regras, e nas prioridades, podem criar desequilíbrios", afirmou.
De acordo com o anúncio, a Caixa também vai passar a financiar a compra de um segundo imóvel, nas mesmas condições utilizadas para financiar o primeiro.
Dessa forma, o cliente poderá ter dois imóveis financiados ou mais tempo para vender o primeiro, destacou a presidente do banco.
Apesar da intenção da Caixa em estimular o mercado, o problema do setor não está apenas na disponibilidade de crédito, mas também na demanda por unidades residenciais, afirmou o especialista da FipeZap.
"As pessoas estão com dificuldades no mercado de trabalho e falta confiança para aquisição de um imóvel", afirmou.
"O impacto da medida da Caixa não vai ser completo, pois é preciso resolver a demanda também, embora o banco não tenha grande influência sobre isso", afirmou.
Essas mudanças na política da Caixa, de acordo com o especialista, indicam a necessidade de discutir o modelo de financiamento imobiliário no Brasil.
"As alterações mostram que não é clara a maneira pela qual busca-se melhorar o crédito imobiliário", afirmou. "É preciso pensar no longo prazo e sair do imediatismo", acrescentou.