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Brasil vende títulos em dólar pela primeira vez desde 2021

Governo brasileiro prepara para o segundo semestre a primeira emissão externa de papéis sustentáveis

Oferta do título deve ser precificada ainda nesta quarta-feira (Igor Golovniov/Getty Images)
Bloomberg

Agência de notícias

Publicado em 5 de abril de 2023 às 17h02.

Última atualização em 5 de abril de 2023 às 17h10.

O Brasil lançou uma oferta de títulos da dívida em dólares pela primeira vez em cerca de dois anos, testando o apetite dos investidores poucos dias depois que o governo divulgou o aguardado novoarcabouço fiscal e à medida que a turbulência nos mercados globais diminuiu.

A maior economia da América Latina emitirá notas globais com vencimento em 2033 em uma oferta que deve ser precificada ainda nesta quarta-feira.As negociações iniciais de preço apontam para um rendimento entre 6,5% e 6,625%, segundo uma pessoa a par do assunto, que pediu para não ser identificada porque não está autorizada a falar. O tamanho exato da emissão ainda não está claro.

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Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou o projeto de novo arcabouço fiscal, que foi recebido com cautela pelos investidores. O plano estabelece metas de superávit primário, antes do pagamento de juros, e que agora precisa ser enviado ao Congresso. O governo espera que a proposta ajude a abrir espaço para taxas de juro mais baixas à frente.

O Brasil, que emitiu títulos em dólar pela última vez em 2021, usará os recursos dessa venda para antecipar o financiamento de vencimentos, de acordo com o prospecto. A transação será realizada pelo Bank of America, BNP Paribas e Morgan Stanley.

Bom momento para emissão

O Brasil se junta a outros países emergentes, incluindo Costa Rica e Panamá, que venderam títulos denominados em dólar nas últimas semanas, à medida que diminuíram as preocupações tanto com a saúde do sistema bancário americano quanto com o aperto monetário global. A venda também ocorre depois que a Opep+ anunciou um corte surpresa na produção de mais de 1 milhão de barris por dia, elevando os preços do petróleo.

“O Brasil escolhe um momento vantajoso para acessar os mercados globais, pois os investidores exigem menos prêmio para assumir o risco do governo e as preocupações com bancos diminuíram”, disse Oren Barack, diretor-gerente de renda fixa da Alliance Global Partners, com sede em Nova York. “Os cortes da Opep+ devem ser um vento favorável para o Brasil como um todo e aumentar a demanda pelos novos títulos.”

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