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Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2010 às 11h34.
Existem, no Brasil, cerca de 2 bilhões de reais em ativos financeiros, como ações, fundos de investimentos e derivativos, segundo dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No mercado imobiliário, os números são ainda maiores. Apenas na cidade de São Paulo, são lançados cerca de 10 bilhões de reais de novos empreendimentos imobiliários a cada ano, patamar que deve ser superado neste ano. Estima-se que exista 1,3 trilhões de reais em ativos imobiliários no país.
Os imóveis também representam a maior parte do patrimônio pessoal dos investidores - em geral, respondem por 70% do total, enquanto os ativos financeiros ficam com 30%. Apesar dessas evidências, a preocupação central da maioria dos investidores são os ativos financeiros. Muitos têm acesso a relatórios de analistas, gráficos, estudos econômicos, agências de notícias e conversas com gestores. Em relação à parcela de imóveis, porém, não existe nada parecido. Pouquíssimos investidores sabem se suas propriedades estão se valorizando como deveriam, isto é, se entregam o maior retorno possível; também é raro quem conheça a liquidez de seus ativos imobiliários e a situação jurídica, tributária, econômica e técnica de suas propriedades.
Há algum tempo, estive com um investidor que e perguntei qual era o retorno que ele tinha com quatro casas mantidas como aplicação financeira. Ele chamou a secretária, que chamou o contador, que pegou a pasta no arquivo, começou a somar, achou contrato vencido e chegou à conclusão de que rendiam quase 25 000 reais por mês. Eu disse a ele: vou fazer um trabalho de gestão de propriedades imobiliárias sobre esses ativos e trazer o resultado. Conclusão: as quatro casas se transformaram em 2 000 metros quadrados de escritórios, que hoje rendem 90 000 reais por mês.
Esse é um dos objetivos da gestão de propriedades imobiliárias, ou properties management, uma prática comum nos Estados Unidos e na Europa, mas ainda rara no Brasil. Sua função é combinar a solidez e a segurança do ativo imobiliário com a agressividade e maior liquidez do mercado financeiro. Cabe ao gestor procurar diversificar seus investimentos em diferentes regiões e segmentos, para diminuir o risco e aumentar a liquidez, e reavaliar o potencial de suas propriedades. É assim que se lucra nesse mercado.
Celso Parisi Filho é sócio da Parisi Scarpa Properties Management