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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.
A Companhia Vale do Rio Doce vai abrir o capital de sua companhia de logística, a Logística Intermodal (Log-In). Com a operação, sua participação no capital social da empresa deverá baixar dos atuais 94,2% para menos de 50%. A listagem envolve a venda de 48,395 milhões de ações ordinárias, composta pela distribuição primária de 27,053 milhões de papéis, e da oferta secundária de 21,2342 milhões de títulos. De acordo com o prospecto preliminar divulgado nesta sexta-feira (25/5), o preço de venda deverá ficar entre 12,75 reais e 15,75 reais por ação.
Se for considerado o valor médio das estimativas, 14,25 reais por papel, a Log-In captará recursos líquidos de aproximadamente 379,576 milhões de reais - sem considerar o lote suplementar que poderá ser lançado no mercado, se houver demanda dos investidores. Segundo a empresa, do total, 221,975 milhões de reais (cerca de 60% dos recursos) serão aplicados na expansão dos serviços de navegação costeira. O segmento é o principal filão de mercado da Log-In. Em 2005 (dados mais recentes), a navegação costeira respondeu por 51,6% da receita de 319,4 milhões de reais da empresa, que também atua em outros mercados, como operação de terminais intermodais.
Atualmente, a empresa opera rotas costeiras entre Fortaleza e Buenos Aires, sendo responsável pelo deslocamento de contêineres entre portos sul-americanos. O transporte é feito com cinco navios fretados da Frota Oceânica e Amazônica S.A. Segundo a companhia, a capacidade de operação está próxima de 100%. Para atender ao aumento da demanda, a Log-In está negociando com estaleiros do Brasil a construção de cinco navios de maior capacidade. A estimativa é que sejam investidos até 340,4 milhões de dólares na aquisição das embarcações. Parte dos recursos poderá ser financiada pelo Fundo da Marinha Mercante, cujas linhas de crédito cobrem até 90% de um projeto.
Ao ampliar a frota, a Log-In busca atender à crescente demanda do mercado brasileiro. Entre 2000 e 2005, de acordo com a empresa, o volume médio de contêineres transportados na costa do país cresceu 14,8% ao ano. A taxa é superior à média mundial do período, de 11,8%. Quando se considera também o volume transportado de longo curso (que inclui importações e exportações), a taxa de expansão chega a 16,5%.
Diluição do controle
O volume de ações distribuídas poderá crescer com um lote suplementar de ações, equivalente a 15% da oferta inicial. Além disso, um outro lote de papéis, chamado de adicional e correspondente a 20% da emissão inicial, também pode ser acrescentado à operação. Se esses dois lotes forem ao mercado, a participação da Vale no capital da Log-In poderá cair para 24,9%. Se apenas a emissão inicial for cumprida, essa fatia ficará em 40,8%.
De acordo com o prospecto preliminar, a diluição do capital do controlador para menos de 50% deixará a empresa sujeita a ofertas hostis de compra, pois a fatia de capital em poder do mercado vai variar de 55,2% a 71,2% do total.
Investidores de varejo
Os investidores de varejo - pessoas físicas e clubes de investimento - também poderão participar da oferta. O montante de ações reservado para esse grupo vai oscilar de 10% a 20% do total da emissão. O valor mínimo a ser aplicado é de 1.000 reais e o máximo, de 300.000 reais. O coordenador da emissão é o banco UBS Pactual.
Os interessados em participar do IPO devem prestar atenção nas seguintes datas:
1º de junho - início do período de reservas de ações
15 de junho - fim do período de reservas
18 de junho - encerramento do bookbuilding e fixação do preço de distribuição dos papéis
20 de junho - início da negociação das ações na Bovespa
22 de junho - liquidação da operação