Títulos do Tesouro e fundos de inflação vão perder mais?
Pela primeira vez desde novembro, mercado espera uma taxa de juros mais alta para o fim de 2013; saiba se isso pode fazer aplicações de renda fixa sofrerem ainda mais
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2013 às 17h03.
São Paulo – Quem investe no Tesouro Direto ou em fundos de renda fixa pode estar se perguntando o que significa a previsão de alta da taxa básica de juros, a Selic , para 8% no fim deste ano, publicada no Boletim Focus desta segunda-feira. Desde o início de novembro do ano passado, o mercado acreditava que a Selic fecharia 2013 em 7,25%, patamar da taxa desde outubro de 2012. Mas se o governo vai aumentar os juros, o que isso significa para o bolso do investidor?
A essa altura do campeonato, não muito. Antes dessa previsão de alta se concretizar no Boletim Focus desta segunda-feira, o mercado já discutia uma possível alta dos juros ainda neste ano para controlar a inflação , que continua elevada. Aliás, a previsão de inflação para o fim de 2013 ficou ainda maior nesta semana, passando de 5,70% na semana passada para 5,82%.
Essas discussões já haviam feito os títulos prefixados (NTN-F e LTN) e os atrelados à inflação (NTN-B), vendidos pelo Tesouro Direto, amargarem perdas nos primeiros meses do ano. O mesmo aconteceu com os fundos de renda fixa que aplicam em papéis atrelados à inflação (fundos de inflação).
Isso significa que essa previsão de alta da Selic até o fim do ano já estava precificada. Isto é, já era considerada no preço desses títulos. A média das opiniões dos analistas, publicada no último Boletim Focus, nada mais é que uma concretização daquelas expectativas lá de trás. Os preços das cotas de fundos de inflação e dos títulos públicos não devem mais, portanto, ser afetados pela previsão publicada nesta segunda.
Mas isso não significa que títulos prefixados e atrelados à inflação estejam livres de risco. Pelo contrário. “O governo agora mexeu nos impostos da cesta básica. Se a inflação mensal começar a vir abaixo das expectativas do mercado, é possível que a previsão para a taxa de juro volte a cair. Aí esses títulos voltariam a se valorizar”, explica Renato Roizenblit, gestor de Wealth Management da SLW, acrescentando que o risco desses títulos é alto, uma vez que não está muito claro o que pode ocorrer.
“Minha recomendação é buscar um fundo de renda fixa ativo, em que o gestor não seja obrigado a investir de forma direcional”, diz Roizenblit. Fundos de inflação, por exemplo, são fundos direcionais, pois são obrigados a ficar posicionados em papéis atrelados à inflação ainda que o cenário não seja o melhor para esses investimentos. O melhor, diz o gestor, é investir em fundos de renda fixa capazes de se adaptar ao cenário econômico do momento.
Para quem investe no Tesouro Direto, tentar manter uma estratégia de compra e venda de títulos públicos pode ser arriscado e obrigar o investidor a pagar muito imposto de renda. Para quem detém títulos prefixados e atrelados à inflação e não quer ter perda alguma, o melhor é permanecer com os títulos até o vencimento.
Quem acha que a Selic vai terminar o ano acima de 8%, pode procurar se proteger investindo em aplicações pós-fixadas, cuja rentabilidade flutua ao sabor da Selic, como as LFTs, no Tesouro Direto. Se a expectativa é oposta, que a Selic ficará abaixo de 8%, a alternativa é buscar os prefixados e títulos atrelados à inflação, mas nesse caso há risco de ver os títulos desvalorizarem ainda mais, caso a expectativa não se concretize.
De qualquer maneira, títulos atrelados à inflação (NTN-B) são boas alternativas se a intenção é proteger o poder de compra em um investimento de longo prazo, desde que o título não seja vendido antes do vencimento. Já os títulos atrelados à Selic são as alternativas mais rentáveis no momento entre os investimentos mais conservadores - com maior liquidez e menos oscilações - sendo úteis para investir o dinheiro que pode precisar ser usado a qualquer momento.
São Paulo – Quem investe no Tesouro Direto ou em fundos de renda fixa pode estar se perguntando o que significa a previsão de alta da taxa básica de juros, a Selic , para 8% no fim deste ano, publicada no Boletim Focus desta segunda-feira. Desde o início de novembro do ano passado, o mercado acreditava que a Selic fecharia 2013 em 7,25%, patamar da taxa desde outubro de 2012. Mas se o governo vai aumentar os juros, o que isso significa para o bolso do investidor?
A essa altura do campeonato, não muito. Antes dessa previsão de alta se concretizar no Boletim Focus desta segunda-feira, o mercado já discutia uma possível alta dos juros ainda neste ano para controlar a inflação , que continua elevada. Aliás, a previsão de inflação para o fim de 2013 ficou ainda maior nesta semana, passando de 5,70% na semana passada para 5,82%.
Essas discussões já haviam feito os títulos prefixados (NTN-F e LTN) e os atrelados à inflação (NTN-B), vendidos pelo Tesouro Direto, amargarem perdas nos primeiros meses do ano. O mesmo aconteceu com os fundos de renda fixa que aplicam em papéis atrelados à inflação (fundos de inflação).
Isso significa que essa previsão de alta da Selic até o fim do ano já estava precificada. Isto é, já era considerada no preço desses títulos. A média das opiniões dos analistas, publicada no último Boletim Focus, nada mais é que uma concretização daquelas expectativas lá de trás. Os preços das cotas de fundos de inflação e dos títulos públicos não devem mais, portanto, ser afetados pela previsão publicada nesta segunda.
Mas isso não significa que títulos prefixados e atrelados à inflação estejam livres de risco. Pelo contrário. “O governo agora mexeu nos impostos da cesta básica. Se a inflação mensal começar a vir abaixo das expectativas do mercado, é possível que a previsão para a taxa de juro volte a cair. Aí esses títulos voltariam a se valorizar”, explica Renato Roizenblit, gestor de Wealth Management da SLW, acrescentando que o risco desses títulos é alto, uma vez que não está muito claro o que pode ocorrer.
“Minha recomendação é buscar um fundo de renda fixa ativo, em que o gestor não seja obrigado a investir de forma direcional”, diz Roizenblit. Fundos de inflação, por exemplo, são fundos direcionais, pois são obrigados a ficar posicionados em papéis atrelados à inflação ainda que o cenário não seja o melhor para esses investimentos. O melhor, diz o gestor, é investir em fundos de renda fixa capazes de se adaptar ao cenário econômico do momento.
Para quem investe no Tesouro Direto, tentar manter uma estratégia de compra e venda de títulos públicos pode ser arriscado e obrigar o investidor a pagar muito imposto de renda. Para quem detém títulos prefixados e atrelados à inflação e não quer ter perda alguma, o melhor é permanecer com os títulos até o vencimento.
Quem acha que a Selic vai terminar o ano acima de 8%, pode procurar se proteger investindo em aplicações pós-fixadas, cuja rentabilidade flutua ao sabor da Selic, como as LFTs, no Tesouro Direto. Se a expectativa é oposta, que a Selic ficará abaixo de 8%, a alternativa é buscar os prefixados e títulos atrelados à inflação, mas nesse caso há risco de ver os títulos desvalorizarem ainda mais, caso a expectativa não se concretize.
De qualquer maneira, títulos atrelados à inflação (NTN-B) são boas alternativas se a intenção é proteger o poder de compra em um investimento de longo prazo, desde que o título não seja vendido antes do vencimento. Já os títulos atrelados à Selic são as alternativas mais rentáveis no momento entre os investimentos mais conservadores - com maior liquidez e menos oscilações - sendo úteis para investir o dinheiro que pode precisar ser usado a qualquer momento.