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Senado americano deve votar socorro a bancos nesta quarta-feira

Para atrair apoio, nova versão do pacote pode incluir corte de impostos e maior apoio a correntistas, no caso de quebra de bancos

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

O Senado americano deve votar, na noite desta quarta-feira (1/10), uma nova versão do pacote de ajuda aos bancos. As negociações para encontrar uma proposta que atraia o apoio dos parlamentares descontentes são intensas, e incluem desde contatos diretos do presidente George W. Bush com senadores e deputados, até a mobilização dos candidatos à presidência John Mccain, republicano, e Barack Obama, democrata. De acordo com o jornal The New York Times, a aprovação no Senado é decisiva para que os deputados revejam sua posição e votem a favor do pacote. A intenção dos líderes do Congresso é enviar o projeto para a sanção presidencial até o final desta semana.

A primeira versão do pacote foi derrotada na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos nesta segunda-feira (29/9), por 228 votos a 205. Eram necessários 218 votos para aprovar as medidas. A rejeição causou pânico nas bolsas de valores de todo o mundo. O Dow Jones encerrou a segunda com a maior queda em pontos de sua história. Já a Bovespa precisou interromper os trabalhos durante a tarde, quando o Ibovespa, seu principal indicador, caiu mais do que 10%. O índice encerrou o dia com queda de 9,36%.

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Para ampliar o apoio parlamentar, o novo pacote deve incorporar reinvidicações de democratas e republicanos. Uma das principais medidas deve ser a ampliação do seguro público aos correntistas, no caso de falência dos bancos. Atualmente, o governo americano assegura o reembolso de até 100.000 dólares por correntistas, se o banco em que mantém a conta vai à ruína. Esse limite pode ser ampliado para 250.000 dólares. Segundo o NYT, essa medida agradaria mais aos democratas contrários ao primeiro plano apresentado pelo governo Bush.

Outro ponto em negociação é a criação de uma nova dedução de impostos, no valor de 1.000 dólares, para mutuários que não possuem nenhum outro recurso meio para abater impostos declarados. A medida seria um meio de reverter a impressão, entre os deputados, de que o pacote não se preocupa com o "americano médio". Os democratas também pressionam para incluir maiores proteções aos desempregados.

O pacote também pode suspender a marcação a mercado dos títulos em poder dos bancos. Esse mecanismo obriga as instituições a atualizarem o valor dos papéis, diariamente, pela cotação de mercado, a fim de evitar disparidades entre o valor contábil e o valor real. Para os críticos da marcação a mercado, ela foi uma das grandes responsáveis pela crise, ao obrigar os bancos a contabilizar pesadas baixas em suas carteiras de crédito.

Dúvidas

De acordo com The Wall Street Journal, apesar dos esforços, não está claro se as novas medidas serão suficientes para passar a proposta na Câmara. No Congresso, avalia-se que uma aprovação no Senado, onde o apoio às medidas é forte, dará o impulso necessário para que o pacote seja votado na Câmara.

As manifestações de apoio popular àqueles que rejeitaram a proposta, porém, podem servir de estímulo aos deputados em uma nova votação. Em seu quinto mandato na Câmara, o democrata Tom Udall, do Novo México, afirmou ter recebido mais de 1.100 manifestações de eleitores, entre e-mails e telefonemas, nas 24 horas seguintes à rejeição do pacote. "E 75% delas eram contrárias à ajuda aos bancos", afirmou ao WSJ.

O ponto central do plano é a criação de um fundo de 700 bilhões de dólares, oriundos do Tesouro, para que o governo americano possa comprar títulos podres e hipotecas de segunda linha de bancos em dificuldade. Ao se desfazer desses papéis, as instituições financeiras limpariam seus balanços, permitindo que voltem a fornecer crédito a empresas e consumidores.

Os críticos do pacote afirmam que o fundo é uma espécie de "socialização das perdas", obrigando os contribuintes americanos a pagarem pelos erros e excessos dos bancos. Essa opinião é forte entre os deputados republicanos mais conservadores. O grupo foi o que mais contribuiu com votos para a reprovação do pacote.

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