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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
A segunda maior companhia hipotecária dos Estados Unidos, Freddie Mac, apresentou um prejuízo líquido de 2 bilhões de dólares no terceiro trimestre. Controlada pelo governo americano, a empresa é a mais recente vítima da crise do mercado imobiliário que sacode o país. As perdas anunciadas nesta terça-feira (20/11) são quase três vezes maiores que os 715 milhões de dólares de prejuízo divulgado no mesmo período do ano passado. A empresa também foi forçada a rebaixar em 8,1 bilhão de dólares o valor dos seus ativos, além de contingenciar 1,2 bilhão de dólares para cobrir perdas com a carteira.
De acordo com o site de notícias econômicas CNN Money, o resultado equivale a 3,29 dólares por ação, muito acima das previsões dos analistas de que as perdas atingiriam cerca de 22 centavos de dólares.
A crise do setor imobiliário americano vem se aprofundando há vários meses, mas os analistas esperavam que a Freddie Mac passasse sem grandes problemas por ela, pois o seu modelo de negócios era considerado confiável. Para assegurar liquidez ao mercado, a Freddie Mac compra os créditos de outras instituições financeiras na forma de hipotecas. Assim, os bancos obtêm mais rapidamente os recursos para continuar financiando imóveis, e a Freddie Mac gerencia a carteira de hipotecas. Mas o anúncio de hoje contém sinais de que a situação da empresa pode se agravar. A companhia contratou os bancos de investimento Goldman Sachs e Lehman Brothers para avaliar alternativas de injeção de capital de curto prazo. A Freddie Mac é responsável por securitizar um em cada cinco contratos imobiliários dos Estados Unidos.
Há dez dias, a Fannie Mae, maior companhia hipotecária do país e também controlada pelo governo, já havia reportado um prejuízo líquido de 1,39 bilhão de dólares, mais que o dobro do terceiro trimestre de 2006, em função da inadimplência dos mutuários. A empresa foi afetada negativamente pela queda do valor dos derivativos lastreados em hipotecas, além de perdas de 1,2 bilhão de dólares na carteira que administra - um patrimônio de 2,7 trilhões de dólares.