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Santander reduz estimativa para ações da Usiminas em 2009

Vendas menores de aço levam o banco a afirmar que papéis da siderúrgica terão desempenho abaixo da média do mercado

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

A crise mundial, que afetou fortemente o setor siderúrgico, levou o banco Santander a rebaixar as expectativas para as ações preferenciais da Usiminas (USIM5). O preço-alvo para dezembro baixou de 30 reais para 29 reais. Nesta terça-feira (3/2), os papéis fecharam em 28,31 reais na Bovespa, o que geraria um potencial de valorização de apenas 2,44% até o final do ano. Além disso, o Santander observa que, em relação a ações de outras siderúrgicas brasileiras, a Usiminas está sendo negociada na bolsa com um prêmio de 34%, quando se compara o múltiplo FV/Ebitda das empresas (valor de mercado mais dívida líquida, dividido pela geração de caixa). Por isso, não haveria mais espaço para mais diferenciação dos papéis da Usiminas. "Em nossa opinião, a Usiminas, neste ponto, não vai garantir mais prêmio".

A avaliação também levou o Santander a rebaixar a recomendação das ações de "compra" para "underperfom", isto é, papel com potencial de valorização abaixo da média do mercado. "Esperamos um retorno total negativo de 1,5% para as ações Usiminas PNA, quando comparadas com a projeção de 10,8% para o índice brasileiro de referência", afirma o banco em relatório.

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Cenário negativo

Três fatores pesaram no rebaixamento dos papéis. O primeiro é a situação do setor siderúrgico. Segundo o banco, a direção da Usiminas espera vender 7 milhões de toneladas de aço em 2009. Para o Santander, trata-se de uma projeção otimista. O banco trabalha com a estimativa de 5,98 milhões de toneladas para a empresa. O volume é 13% inferior à projeção anterior do Santander, e 16% menor que o resultado de 2008. As vendas menores terão impacto sobre o caixa da companhia. O Santander projeta um ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 1,4 bilhão de dólares, 27% inferior à estimativa inicial e 56% menor que o comparativo anual.

O segundo fator é o desempenho da economia brasileira. Reflexo da queda acentuada da produção industrial, dezembro foi o pior mês para o setor siderúrgico brasileiro em muitos anos. As empresas produziram 1,695 milhão de toneladas de aço, o menor volume desde fevereiro de 1991.

O último fator é a queda acelerada dos preços das matérias-primas, como o aço e outras commodities. O Santander espera uma queda média de 15% no preço do aço no mercado interno (em reais) no primeiro trimestre. Nas primeiras semanas de janeiro, o banco lembra que a ArcelorMittal já cortou em 10% o preço do aço plano no Brasil. O movimento deve ser seguido por outras concorrentes. Para os preços de exportação, a queda pode chegar a 32% em dólar ao longo de 2009, segundo o Santander.

"Em nossa opinião, a combinação entre maior queda potencial, um preço pleno de avaliação e a deterioração das expectativas para o mercado doméstico de aço em 2009 sustentam nossa recomendação de que os investidores evitem esse papel no momento", afirma o Santander.

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