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Resultados da Petrobras ficam abaixo do esperado pelos analistas

Custos de produção foram maiores que o previsto; expansão das reservas deve deter a queda dos papéis

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Os números do último trimestre de 2007 da Petrobras decepcionaram a maior parte dos analistas, que apostava em ganhos superiores ao do mesmo período de 2006. Nas semanas anteriores à divulgação dos resultados, realizada na noite desta segunda-feira (3/3), as projeções mais moderadas indicavam uma expansão de 2% do lucro líquido sobre o quarto trimestre de 2006, que registrou 5,2 bilhões de reais. Os mais otimistas chegavam a estimar uma alta de quase 10%. Mas o que se viu, de fato, foi um lucro de 5,053 bilhões, 2,8% inferior.

O que surpreendeu os analistas - e comprometeu as projeções - foi um aumento acima do previsto dos custos operacionais e administrativos. "Nos chama atenção o maior custo de refino e os maiores custos de overhead [despesas indiretas de administração e supervisão] ", afirma relatório da Brascan. Segundo outra corretora, a Ágora Invest, o custo de refino da companhia foi de 3,6 dólares por barril nos últimos três meses do ano. A cifra ficou 34% acima do esperado pela Ágora, e foi 41% superior à do terceiro trimestre. O custo dos produtos vendidos somou 28,954 bilhões de reais, ante os 27,264 bilhões do terceiro trimestre.

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As despesas administrativas também exerceram um impacto negativo nas projeções de mercado e nos números da estatal. O Banco Espírito Santo observa que esse item sofreu um aumento de 8,8% sobre o período de julho a setembro. Pesaram nessa conta, o reajuste salarial dos funcionários, maiores gastos com terceirizados, maior nível de atividade exploratória nos Estados Unidos e Colômbia, e perdas na recuperação de ativos, principalmente no Equador. No quarto trimestre, as despesas gerais e administrativas alcançaram 1,830 bilhão de reais, frente aos 1,555 bilhão nos três meses anteriores.

Os gastos e despesas maiores que o estimado pelos investidores pesaram também sobre outro indicador - o ebitda, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização. As expectativas do mercado indicavam um ebitda trimestral até 9,5% superior aos 12,031 bilhões de reais efetivamente divulgados nesta segunda-feira.

Ações

Os analistas acreditam que os fracos resultados financeiros não deverão comprometer o desempenho das ações da Petrobras na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) no longo prazo. Para o mercado, o mais importante é a expectativa de novas descobertas de reservas de gás e petróleo, como as de Tupi e Júpiter, que ajudaram a catapultar o preço dos papéis nos últimos meses. "Não acreditamos que os resultados do quarto trimestre sejam um fator relevante para o preço das ações da Petrobras, já que as notícias sobre as reservas continuam a ser o driver principal", afirma um relatório do Unibanco.

A Brascan Corretora não descarta uma oscilação negativa das ações como resposta ao balanço publicado, mas mantém o otimismo quanto ao rumo dos papéis. O preço justo projetado pela corretora para os papéis preferenciais (PETR4), em dezembro, é de 107,35 reais, representando um potencial de valorização de 32% sobre o fechamento desta segunda.

A corretora afirma que os papéis devem ser influenciados positivamente pelo aumento esperado de 6% da produção de petróleo até 2012; pela recomposição das reservas, por meio de novas descobertas; por investimentos na área de refino de petróleo pesado; pela internacionalização das operações da companhia; e pelo bom momento das commodities no mercado mundial.

Por volta das 12h20 desta terça-feira (4/3), as preferenciais da Petrobras operavam em queda de 1,26%, cotadas a 79,88 reais por papel. As ordinárias (PETR3) perdiam 2,24%, a 96 reais. Já o Ibovespa, principal indicador do pregão paulista, recuava 0,05%, a 64.459 pontos. Os papéis da Petrobras são os mais negociados na bolsa e juntos, representam 16% do Ibovespa.

Resultados

A Petrobras registrou lucro líquido de 21,5 bilhões de reais em 2007, valor 17% inferior ao lucro de 2006. É a primeira vez durante o governo Lula que o lucro da estatal apresenta queda. O lucro foi também menor que os 22,4 bilhões de reais previstos por analistas.

A geração de caixa da companhia, medida pelo ebitda, foi de 50,275 bilhões de reais, valor 1% menor do que no ano anterior. A receita líquida, por sua vez, subiu 8%, para 170,578 bilhões. Os investimentos da companhia também cresceram em 2007, atingindo 45,3 bilhões de reais, 34% a mais do que em 2006.

Com informações da Agência Estado.

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