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Responsabilidade social ainda não sensibiliza investimentos, diz WEF

Relatório do Fórum Econômico Mundial e da ONG AccountAbility afirma que crescimento da previdência privada deve pressionar gestores a levar em consideração fatores diversos dos estritamente financeiros, como ambientais, sociais e éticos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

A indústria de investimentos, com raras exceções, ainda não dedica atenção às questões sociais, ambientais e éticas. Relatório do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), elaborado durante dois anos em parceria com a organização não governamental AccountAbility, identifica o que torna os investidores indiferentes aos aspectos além dos estritamente financeiros na hora de aplicar o capital (clique aqui para baixar a íntegra do relatório).

A WEF e a AccountAbility realizaram três mesas-redondas entre 2003 e 2004 com representantes de patrocinadoras e executivos de fundos de pensão, gerentes das principais empresas de asset management e analistas. "Descobrimos que a questão não são os valores pessoais desses agentes, mas o contexto de padrões, estrutura e regulamentação do mercado em que eles operam", diz Richard Samans, diretor gerente do Instituto Global para Parceria e Governança da WEF. "É a combinação de informação disponível, competências e, acima de tudo, incentivos institucionalizados que determinam o comportamento dos agentes."

Demonstrando o natureza sistêmica do problema, gerentes de fundos de investimento ouvidos pelo estudo apontaram a responsabilidade de seus clientes, patrocinadoras de fundos de pensão, em levá-los a focalizar em desempenho de curto prazo. Do mesmo modo, analistas argumentam que seus clientes, os gerentes de fundos, querem apenas resultados imediatos. "Uma pesquisa estratégica sobre futuros riscos sociais e ambientais me rendeu cinco minutos de fama. Mas ninguém comprou o trabalho, e é isso que importa no final das contas. Na próxima vez em que tiver de escolher, se eu quiser continuar no negócio, não devo enveredar por tais pesquisas", afirma um dos analistas entrevistados.

A ruptura desse obsessão pelo curto prazo estaria ligada ao envelhecimento da população. O relatório afirma que o crescimento das aplicações de previdência privada é um poderoso fator de pressão. Como seus horizontes de investimento são necessariamente de longo prazo, os participantes de fundos de pensão devem exigir atenção dos administradores a fatores ambientais, sociais e éticos que impactam o retorno financeiro no decorrer de muitos anos. "Os reais proprietários do capital nos mercados de hoje somos eu e você. Nossos interesses intrínsecos vão muito além dos ganhos imediatos, uma vez que temos necessidades de longo prazo e dependemos da vitalidade e saúde de nossas economias, comunidades e meio ambiente", diz Simon Zadek, principal executivo da AccountAbility.

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