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Queda em janeiro sinaliza para ano de prejuízos no mercado americano

Bolsa de Nova York registra uma das piores perdas da história de janeiro, mês que tradicionalmente indica como será a trajetória das ações ao longo do ano

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Diz o imaginário popular que agosto é o mês do desgosto, mas janeiro nem chegou ao fim e já se consolida como um mês de péssimo agouro para o mercado financeiro dos Estados Unidos em 2009. Isso porque as primeiras semanas do ano costumam prenunciar o que virá ao longo dos 11 meses seguintes, segundo um levantamento do Wall Street Journal (WSJ), e, por enquanto, as vibrações não são nada positivas.

O estudo do WSJ usou como parâmetro o S&P 500, índice que avalia o desempenho de 500 ações de grandes empresas americanas e é um dos mais utilizados na Bolsa de Nova York. Em sete dos dez últimos anos, a trajetória do índice em janeiro coincidiu com a trajetória do ano. Dos três anos em que houve descompasso, um deles foi 2001, quando o imprevisível ataque terrorista de 11 de setembro derrubou a economia americana.
Dados da consultoria americana Ned Davis Research confirmam esse padrão numa série ainda maior, correspondente aos últimos 57 anos. Quando o S&P 500 cai em janeiro, o índice registra uma perda média de 2,4% no acumulado dos 11 meses seguintes. Já quando ele sobe, o ganho até o fim do mesmo ano costuma ser de 12,3%.
Em 2009, a perda acumulada pelo S&P 500 até esta segunda-feira (26) era de 8%, a mais alta já registrada para um mês de janeiro. Às 15h30 desta segunda-feira, no horário de Brasília, o índice tinha alta diária de 1,5%, o que reduziria as perdas de janeiro para 6,5% e devolveria o recorde negativo para o ano de 1970, quando o S&P 500 despencou 7,7%. Ainda assim, será preciso uma seqüência de altas expressivas ao longo da semana para garantir que a bolsa feche o mês em alta, algo improvável no cenário atual, de acordo com analistas ouvidos pelo WSJ.
Eles lembram que a bolsa nova-iorquina tradicionalmente se beneficia, em janeiro, dos ajustes em carteira feitos pelos investidores individuais e pela aplicação dos bônus de fim de ano. Esse ano, porém, a crise afastou o pequeno investidor e fez minguar os pagamentos extras. Para piorar, a crise também congelou outros dos ímãs de capital para a bolsa, a abertura de capital de empresas novatas.
A seqüência de resultados negativos por parte das grandes companhias também se reflete nas cotações e empurra o S&P 500 para baixo. Na semana passada, por exemplo, o governo britânico anunciou que precisaria ampliar seu pacote de socorro aos bancos, o que derrubou o preço das ações de empresas financeiras. Num único dia, os papéis do setor listados no SP&500 perderam 16% de seu valor.
Até o inicio da semana, apenas um quarto das empresas que o índice abrange havia divulgado seu balanço do 4º trimestre, e os resultados muitas vezes ficaram abaixo até mesmo das piores previsões. A expectativa é de que mais balanços negativos venham à tona nos próximos dias.
Nem mesmo a posse do presidente Barack Obama foi capaz de melhorar o clima entre os investidores. Segundo um analista ouvido pelo WSJ, a troca de comando gerou “uma janela de incerteza e inação” que só agravou a perda de valor das companhias.
No Brasil, a tendência do mercado financeiro vai no sentido contrário. O Ibovespa acumula alta de 2,41% desde o início do ano, sem contar a alta desta segunda-feira, que até as 16h oscilava em torno de 1,69%.

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Diz o imaginário popular que agosto é o mês do desgosto, mas janeiro nem chegou ao fim e já se consolida como um mês de péssimo agouro para o mercado financeiro dos Estados Unidos em 2009. Isso porque as primeiras semanas do ano costumam prenunciar o que virá ao longo dos 11 meses seguintes, segundo um levantamento do Wall Street Journal (WSJ), e, por enquanto, as vibrações não são nada positivas.

O estudo do WSJ usou como parâmetro o S&P 500, índice que avalia o desempenho de 500 ações de grandes empresas americanas e é um dos mais utilizados na Bolsa de Nova York. Em sete dos dez últimos anos, a trajetória do índice em janeiro coincidiu com a trajetória do ano. Dos três anos em que houve descompasso, um deles foi 2001, quando o imprevisível ataque terrorista de 11 de setembro derrubou a economia americana.
Dados da consultoria americana Ned Davis Research confirmam esse padrão numa série ainda maior, correspondente aos últimos 57 anos. Quando o S&P 500 cai em janeiro, o índice registra uma perda média de 2,4% no acumulado dos 11 meses seguintes. Já quando ele sobe, o ganho até o fim do mesmo ano costuma ser de 12,3%.
Em 2009, a perda acumulada pelo S&P 500 até esta segunda-feira (26) era de 8%, a mais alta já registrada para um mês de janeiro. Às 15h30 desta segunda-feira, no horário de Brasília, o índice tinha alta diária de 1,5%, o que reduziria as perdas de janeiro para 6,5% e devolveria o recorde negativo para o ano de 1970, quando o S&P 500 despencou 7,7%. Ainda assim, será preciso uma seqüência de altas expressivas ao longo da semana para garantir que a bolsa feche o mês em alta, algo improvável no cenário atual, de acordo com analistas ouvidos pelo WSJ.
Eles lembram que a bolsa nova-iorquina tradicionalmente se beneficia, em janeiro, dos ajustes em carteira feitos pelos investidores individuais e pela aplicação dos bônus de fim de ano. Esse ano, porém, a crise afastou o pequeno investidor e fez minguar os pagamentos extras. Para piorar, a crise também congelou outros dos ímãs de capital para a bolsa, a abertura de capital de empresas novatas.
A seqüência de resultados negativos por parte das grandes companhias também se reflete nas cotações e empurra o S&P 500 para baixo. Na semana passada, por exemplo, o governo britânico anunciou que precisaria ampliar seu pacote de socorro aos bancos, o que derrubou o preço das ações de empresas financeiras. Num único dia, os papéis do setor listados no SP&500 perderam 16% de seu valor.
Até o inicio da semana, apenas um quarto das empresas que o índice abrange havia divulgado seu balanço do 4º trimestre, e os resultados muitas vezes ficaram abaixo até mesmo das piores previsões. A expectativa é de que mais balanços negativos venham à tona nos próximos dias.
Nem mesmo a posse do presidente Barack Obama foi capaz de melhorar o clima entre os investidores. Segundo um analista ouvido pelo WSJ, a troca de comando gerou “uma janela de incerteza e inação” que só agravou a perda de valor das companhias.
No Brasil, a tendência do mercado financeiro vai no sentido contrário. O Ibovespa acumula alta de 2,41% desde o início do ano, sem contar a alta desta segunda-feira, que até as 16h oscilava em torno de 1,69%.
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