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Queda dos juros e da bolsa dificultam decisão de investidores

A combinação da queda na taxa de juros básica da economia brasileira com o declínio da supervalorização do Ibovespa de 2003 criou um impasse entre os investidores. Se os títulos do governo vão pagar menos do que se conseguia anteriormente e a Bolsa de Valores não vai ultrapassar ou pelo menos chegar perto dos ganhos […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

A combinação da queda na taxa de juros básica da economia brasileira com o declínio da supervalorização do Ibovespa de 2003 criou um impasse entre os investidores. Se os títulos do governo vão pagar menos do que se conseguia anteriormente e a Bolsa de Valores não vai ultrapassar ou pelo menos chegar perto dos ganhos do ano passado, qual a melhor opção: renda fixa ou renda variável?

Nesse ano, tanto a renda fixa quanto a variável serão difíceis de se administrar, afirma Lauro Araújo Neto, da Mercer, empresa de consultoria em investimentos e recursos humanos. Para ele, é fundamental que o investidor acompanhe atentamente as manobras do gestor. Nunca o olho do dono teve um papel tão importante, diz ele.

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Apesar de ser uma boa notícia, a estabilização da economia com a inflação e os juros declinantes transformou-se em um problema para os administradores de recursos. No primeiro ano do que se pode chamar uma nova era para a economia brasileira, deixou-se de ter nos títulos do governo federal a certeza de investimento rentável em relação ao mercado. O papel do governo chegou a render 108% do CDI. É uma situação totalmente atípica um título público render mais que um privado, afirmou o consultor Thyrso Ferrato, tmabém da Mercer.

Em contrapartida, as apostas no mercado acionário tendem a ser desestimuladas pela ainda alta taxa Selic, pela falta de perspectiva de expansão do Produto Interno Bruto (PIB), pela ausência de novos investimentos e pela baixa perspectiva de geração de empregos.

Apesar disso, 19 gestores responsáveis por quase 70% dos recursos negociados nos mercados acionário e de dívida (títulos públicos e privados) acreditam que uma carteira com ações pode gerar os melhores resultados. Ao responderem à 5ª Pesquisa Econômica para a Indústria de Fundos de Pensão, desenvolvida pela Mercer, 100% dos entrevistados afirmaram que as aplicações em renda variável ativa (fundos de investimento em ações em que o gestor faz movimentações freqüentes) é a opção mais acertada. Em 2003, primeiro ano do governo Lula, 78% dos entrevistados pensavam o mesmo.

Ferrato ratifica a necessidade de cautela por parte dos investidores ao chamar a atenção para o fato de, pelo menos nos últimos 24 meses, terem sido poucos os administradores de recursos que ganharam mais dinheiro com a renda variável ativa do que com a renda variável passiva (quando a aplicação acompanha uma referência do mercado, como o Ibovespa). No último trimestre de 2003, por exemplo, somente 8% dos gestores monitorados pela Mercer conseguiram ultrapassar o rendimento de 35,94% do IBrX (índice que monitora o comportamento de 100 ações listadas na Bovespa).

Quanto a investir em câmbio, Araújo Neto afirma que pode ser uma boa opção para quem decide fazer um hedge (operação para reduzir um risco considerado iminente) em relação à bolsa de valores. Invariavelmente, quando a bolsa cai, o dólar sobe. Por isso, o câmbio pode vir a ser uma boa opção. Entretanto, o dólar por si só é uma grande incógnita, diz o consultor.

Segundo a pesquisa, os gestores acreditam que a moeda americana feche o ano cotada a 3,01 reais. O levantamento também apontou a expectativa de que a taxa Selic média fique em 14,8%, e que o Ibovespa cresça, até dezembro, 25,9%. Em 2003, o Ibovespa variou 97,1% e a Selic caiu de 25,5% ao ano em janeiro para 16,5% em dezembro. As estimativas dos gestores para estas taxas era, respectivamente, 14,7% e 22,1%.

Clique aqui e leia os resultados completos da 5ª Pesquisa Econômica para a Indústria de Fundos de Pensão

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