Proposta que facilita empréstimos deve ser apresentada nesta terça
Para estimular economia contra coronavírus, governo pode reduzir juros de empréstimos consignados
Reuters
Publicado em 16 de março de 2020 às 11h39.
Última atualização em 16 de março de 2020 às 11h40.
São Paulo — O Conselho Nacional de Previdência irá se reunir na terça-feira para propor a diminuição do teto dos juros do empréstimo consignado para aposentados e pensionistas, no âmbito de medidas anunciadas na semana passada para enfrentamento ao coronavírus, disse o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco.
"Amanhã provavelmente a gente já propõe e já deve ter essa redução do teto dos juros do consignado e também ampliação do prazo (de empréstimo)", afirmou ele a jornalistas, na entrada do Ministério da Economia nesta segunda-feira.
Ele avaliou que a investida não representa um risco de endividamento excessivo para o público alvo porque "o empréstimo consignado tem uma taxa de inadimplência muito pequena".
Nessa modalidade, o pagamento do empréstimo é descontado diretamente do benefício do INSS .
Além disso, o governo está fechando projeto de lei para aumentar a margem consignável, devendo enviá-lo ao Congresso entre esta segunda e terça-feira, disse Bianco.
Questionado sobre os novos valores a serem definidos, o secretário afirmou que o governo ainda estuda a questão.
Atualmente, o teto dos juros para aposentados e pensionistas é de 2,08% ao mês para empréstimo consignado e de 3,00% para operação com cartão de crédito, com prazo máximo de 72 meses. Esses critérios foram estabelecidos no fim de 2017.
Já a margem consignável -- valor máximo da renda do trabalhador que pode ser comprometido com o empréstimo consignado -- é de 35% no total, sendo 30% de empréstimo e 5% de cartão.
Na noite de quinta-feira, a equipe econômica já havia divulgado que além dessas duas medidas, também iria antecipar o pagamento da primeira parcela do 13º aos beneficiários do INSS, num valor estimado em 23 bilhões de reais.
Em paralelo, o governo decidiu suspender a exigência de prova de vida dos beneficiários do INSS por 120 dias.
Esse pacote inicial mirava o auxílio a idosos, mais suscetíveis a uma evolução mais grave da doença quando infectados pelo coronavírus.
Mais Medidas
De lá para cá, o ministro da Economia, Paulo Guedes, indicou que a equipe econômica analisava uma série de outras iniciativas para o enfrentamento ao coronavírus, como a liberação de saques do FGTS, o diferimento tributário para alívio na folha de pagamento das empresas e o eventual uso de recursos parados e não sacados do Pis/Pasep.
Na sexta-feira, o ministro disse que novas medidas seriam anunciadas até esta segunda. Nesta manhã, ele cumpria reuniões internas com seus secretários