Pequeno investidor poderá agora investir em ações americanas no Brasil
Começou a valer nesta terça-feira (11) a mudança de regra que torna ações no exterior acessíveis para os pequenos
Marília Almeida
Publicado em 11 de agosto de 2020 às 18h19.
Última atualização em 11 de agosto de 2020 às 18h19.
A partir desta terça-feira (11) qualquer tipo de investidor poderá adquirir ações de empresas listadas no exterior negociada pela B3, a bolsa de valores brasileira. São gigantes como Apple, Colgate-Palmolive, Facebook, Alibaba, Unilever e Tesla.
O investimento poderá ser feito por meio de BDRs não patrocinados, um certificado emitido por instituições brasileiras que possibilita o acesso às ações das maiores empresas globais. Além de ações, também será possível aplicar dinheiro em fundos de índice (ETFs) estrangeiros e títulos de dívida lá fora.
Apesar de o investidor ficar exposto às variações de preços de uma ação estrangeira, as operações dos BDRs são realizadas no Brasil e a liquidação é feita em reais.
Anteriormente, por restrição regulatória, só podiam fazer esse tipo de aplicação quem tinha investimentos superiores a R$ 1 milhão, os chamados investidores qualificados.
O BDR poderá ser acessado de forma simples, sem a preocupação com a conversão do câmbio, evitando custos relacionados à remessa de recursos para o exterior e manutenção de contas. Além disso, o produto não será tributado pelo IOF.
Os BDRs não patrocinados ainda não estão disponíveis para o pequeno investidor e devem ser ofertados pelas corretoras em breve.
Como investir
Investir no exterior é uma alternativa para diversificar a carteira de investimentos.É recomendável que essa porção represente de 10% a 15% do total do portfólio.
A diversificação no exteriornão deve ser encarada como um risco maior ao portfólio, mas uma proteção adicional. Isso porque a redução da volatilidade da carteira é obtida por conta de uma baixa correlação ou correlação negativa dos ativos que o compõem. O investimento em economias e moedas diferentes tem esse papel.
Mas é necessário ficar atento ao risco cambial de um BDR que representa uma ação e verificar se, de acordo com seu perfil de investidor, não vale mais a pena aplicar em um fundo de BDRs ou ETF .
Quem deseja investir em um fundo que aplique a maior parte de seu portfólio no exterior (pelo menos 67%) ainda tem de ser qualificado, ou seja, ter pelo menos R$ 1 milhão em investimentos. A tendência é que haja flexibilização dessas regras no futuro, em um processo gradativo.