Parlamento polonês barra estrangeiros na privatização do banco PKO BP
Venda de 30% das ações do banco é essencial para evitar que a Polônia recorra a empréstimo junto a países da União Européia
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
Os investidores estrangeiros correm o risco de ficarem de fora da privatização de um dos maiores bancos do Leste Europeu, o PKO BP, controlado pelo governo da Polônia. Na sexta-feira (24/9), o parlamento do país apresentou uma inesperada proposta de barrar a participação estrangeira na oferta pública de ações do banco, programada para ocorrer em 5 de novembro.
O governo planeja vender 30% do banco, uma fatia que pode alcançar cerca de 1,5 bilhão de dólares (cerca de 1,22 bilhão de euros). Segundo o americano The Wall Street Journal, os estrangeiros já assinalaram que podem oferecer até 500 milhões de dólares por papéis do PKO BP. O episódio é mais um lance na disputa política entre o gabinete do primeiro-ministro Marke Belka e o parlamento polonês, no qual o grupo de Belka é minoritário. Em outubro, os parlamentares devem decidir se darão outro voto de confiança ao gabinete ou forçarão a sua dissolução.
Segundo analistas consultados pelo The Wall Street Journal, a proposta de barrar os estrangeiros da oferta pública é inócua. Os investidores poderia, em tese, participar do processo por meio de parcerias com instituições locais ou, simplesmente, comprarem ações assim que os papéis passassem a ser negociados na bolsa de valores. A venda das ações do PKO BP é essencial para que o governo polonês alcance a meta de obter 2,5 bilhões de dólares com privatizações, traçada para este ano. Sem a realização dessa oferta pública, a opção será contrair um empréstimo junto aos países-membros da União Européia, bloco em que o país ingressou em maio.