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Pacote de Obama pretende injetar US$ 2 trilhões na economia

Metade dos recursos irá para o resgate aos bancos com problemas; o restante será aplicado em estímulos para o consumo

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Depois de semanas de especulação, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, divulgou as linhas gerais dos planos para estimular a economia do país. O primeiro pacote envolve a criação de um fundo de 1 trilhão de dólares, composto por recursos públicos e privados. O fundo será usado para comprar os títulos podres ainda em poder dos bancos. Outra medida será um programa também de 1 trilhão de dólares para estimular a economia por meio de novas linhas de crédito para consumo e empresas. O governo Obama também deve injetar outros recursos para beneficiar os contribuintes, restringir a distribuição de dividendos e a remuneração de executivos de instituições que recebam ajuda pública.

Na apresentação do plano, Geithner afirmou que "em vez de catalisar a recuperação, o sistema financeiro está trabalhando contra ela". De acordo com o americano The Wall Street Journal, o secretário disse ainda que "ao mesmo tempo, a recessão impõe grande pressão sobre os bancos. Isso é uma dinâmica perigosa, e precisamos detê-la".

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Antes de entrar para o gabinete de Obama, Geithner já estava empenhado em tirar o país da crise, na condição de diretor do Federal Reserve de Nova York. Nesse cargo, ele ajudou a desenhar o pacote de 700 bilhões de dólares com que o governo Bush deu os primeiros passos para conter a crise. Geithner considerou o antigo pacote "essencial, porém insuficiente para apoiar o sistema financeiro e o mercado secundário de crédito".

Mesmos problemas

De acordo com o WSJ, o novo secretário do Tesouro esbarrou nos mesmos problemas que seu antecessor, Henry Paulson, quando tentou expurgar o sistema financeiro dos ativos tóxicos que contaminam os balanços. Durante os últimos meses do governo Bush, Paulson abandonou os esforços para comprar esses papéis, após fracassar na criação de um mecanismo para determinar o seu preço. Então, o ex-secretário optou por comprar fatias dos bancos aplicando os primeiros 350 bilhões de dólares do TARP.

Em seu discurso, nesta terça-feira (10/2), Geithner afirmou que o fundo público-privado que será encarregado de adquirir esses papéis terá uma capacidade inicial de injetar 500 bilhões de dólares no sistema. A cifra pode subir para até 1 trilhão de dólares, se houver necessidade. "Estamos explorando uma série de estruturas diferentes para o programa", afirmou. O fundo será dirigido para os empréstimos e ativos que ainda atrapalham o balanço das instituições.

Em conjunto com o Federal Reserve, a Secretaria do Tesouro também vai montar um programa de 1 trilhão de dólares para incentivar novos empréstimos aos consumidores e empresários, batizado de Iniciativa de Empréstimos para Consumidores e Empresas. As bases do programa são um antigo plano de fomento ao crédito.

Os órgãos reguladores vão avaliar se os bancos têm capital suficiente para novos empréstimos. O Tesouro americano, o Fed e outros órgãos de fiscalização, junto com um comitê de trabalho vinculado à presidência, irão estabelecer as linhas gerais para a avaliação dos bancos. O objetivo é que as principais instituições financeiras possam evitar a deterioração da economia.

Os bancos que não possuírem capital suficiente receberão novos recursos oriundos de arrecadação de impostos. Em troca, fornecerão títulos conversíveis. Quem receber a ajuda pública estará sujeito a restrições de distribuição de dividendo, recompra de ações, aquisições, e remuneração dos executivos. Segundo Geithner, os novos investimentos do Tesouro nos bancos serão realizados por meio de uma nova entidade, chamada de Financial Stability Trust.

O pacote anunciado hoje inclui ainda 50 bilhões de dólares para medidas de combate aos despejos de mutuários com hipotecas em atraso. Os bancos que receberem esse dinheiro serão convidados a participar do esforço para evitar novas execuções de despejo. O Fed e o Tesouro americano buscarão meios de reduzir as parcelas mensais das hipotecas e alterar o perfil desses financiamentos.

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