São Paulo – Os títulos públicos lideraram com folga o ranking de investimentos do mês de outubro, e ocuparam as sete primeiras posições da lista.
As Notas do Tesouro Nacional (NTNs) figuram entre as quatro aplicações com maior rentabilidade. A mais rentável foi a NTN-B Principal com vencimento em 2035, que registrou alta de 3,34% no mês, seguida pela NTN- F com vencimento em 2025, que rendeu 2,19% no mês.
De acordo comLuiz Jurandir Simões,professor de finanças da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (USP), os títulos públicos correspondem a cerca de 80% do mercado de renda fixa .
"Após os resultados das eleições para presidente e a reeleição da presidente Dilma Roussef (PT), a tendência é de que essas aplicações financeiras continuem sendo um reduto para investidores durante algum tempo", diz o professor.
"O atual governo fez intervenções em alguns setores da economia. Portanto, investimentos em renda variável são mais arriscados neste cenário incerto para as empresas", completa Simões.
Veja na tabela a seguir o ranking do desempenho de algumas das principais aplicações financeiras em outubro e no acumulado do ano:
Aplicação | Desempenho em outubro | Desempenho no ano |
---|
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2035)* | 3,34% | 19,55% |
NTN-F (vencimento em 01/01/2025)* | 2,19% | - |
NTN-B (vencimento em 15/08/2050)* | 2,16% | 15,79% |
NTN-B (vencimento em 15/05/2035)* | 1,95% | 15,26% |
LTN (vencimento em 01/01/2018)* | 1,37% | - |
NTN-F (vencimento em 01/01/2017)* | 1,22% | 10,22% |
LFT (vencimento em 07/03/2015)* | 0,95% | 8,9% |
Selic* | 0,949% | 8,92% |
Ibovespa | 0,94% | 6,05% |
Fundos referenciados DI* | 0,92% | 8,87% |
LTN (vencimento em 01/01/2015)* | 0,91% | 8,75% |
CDI* | 0,90% | 8,80% |
LFT (vencimento em 07/03/2017)* | 0,88% | 8,79% |
Fundos de Renda Fixa* | 0,86% | 9,40% |
Fundos Multimercados Juros e Moedas* | 0,82% | 8,49% |
NTN-B (vencimento em 15/05/2015)* | 0,63% | 9,69% |
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2015)* | 0,62% | 9,72% |
Poupança antiga* | 0,55% | 5,78% |
Poupança nova* | 0,55% | 5,78% |
IPCA (estimativa do Banco Central)** | 0,49% | 5,12% |
IGP-M (estimativa do Banco Central)** | 0,19% | 1,94% |
Fundos Multimercado Multiestratégia* | 0,15% | 7,34% |
Fundos Multimercado Macro* | 0,04% | 5,18% |
Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX) | -1,36% | -0,36% |
Dólar | -1,60% | 2,96% |
Ouro | -2,11% | 2,76% |
Fundos de ações dividendos* | -2,99% | -6,03% |
Fundos de ações livre* | -5,09% | 1,55% |
Fundos de ações Small Caps* | -5,17% | -8,22% |
Fundos de ações Ibovespa Ativo* | -6,25% | -3,41% |
Fontes: Banco Central, BM&FBovespa, Tesouro Nacional e Anbima.
(*) O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento.
(**) Expectativa de inflação para o mês de outubro e para o acumulado em 2014 até outubro, segundo o Banco Central.
À exceção dos fundos de investimento imobiliário, os resultados dos rendimentos de todos os fundos da tabela foram fechados no dia 28 de outubro.
As expectativas sobre o IGP-M e o IPCA foram fechadas no dia 29. Os dados sobre a poupança nova e antiga, taxa Selic, CDI, ouro e dólar foram fechados no dia 30. Já as rentabilidades do Ibovespa, IFIX e títulos públicos se referem ao fechamento do dia 31.
Renda fixa
Dentre os investimentos de renda fixa, que têm sua forma de remuneração definida no momento da aplicação, o destaque foram as NTN-Bs, títulos públicos negociados pelo Tesouro Direto que pagam uma taxa de juro pré-fixada, mais a variação da inflação, medida pelo IPCA.
A reeleição da presidente Dilma Rousseff beneficiou a rentabilidade dos títulos com prazos mais longos, que já são os mais rentáveis no acumulado do ano.
Apesar de isenta de imposto de renda, a remuneração da poupança é desvantajosa porque, enquanto títulos de renda fixa acompanham a alta da Selic, a caderneta continua rendendo 0,5% mais a TR desde o momento em que a Selic passou dos 8,5% ao ano.
Apesar dessas oscilações, os títulos públicos não geram prejuízos, tampouco ganhos acentuados, se não forem vendidos antes do vencimento. Quando carregados até o final do prazo eles pagam exatamente o que valor negociado no momento da aplicação.
Renda variável
O desempenho da Bolsa, medido pelo Ibovespa, registrou alta de 0,94% no mês, e foi uma exceção entre os investimentos em renda variável, que registraram queda.
De acordo com Simões, da FEA (USP), a expectativa da nomeação de um novo Ministro da Fazenda, que diminua as intervenções do governo em setores da economia, dá fôlego para o mercado acionário.
Por outro lado, fundos de renda variável, ouro e dólar sofrem com o impacto dos resultados eleitorais.
- 1. Para inspirar
1 /10(SXC.hu)
São Paulo - Exemplos para aplicadores em todo o mundo, oito
grandes investidores têm em comum um longo caminho de sucesso em suas aplicações financeiras. Não à toa, alguns aparecem constantemente na lista global dos mais
ricos . Esses nomes lendários não construíram suas fortunas com base na sorte e especulação, e tiveram de lidar com os altos e baixos do
mercado financeiro.A partir de suas trajetórias pessoais, ensinam conceitos importantes que servem como base para qualquer
investimento . Conheça as principais lições:
2. Tenha um objetivo sustentável 2 /10(REUTERS/Rick Wilking)
Com foco no longo prazo, o megainvestidor americano
Warren Buffet não costuma investir em aplicações populares. Prefere aplicar sua fortuna em negócios tradicionais ou consolidados em um pequeno mercado e que podem render bons e constantes lucros no futuro. Dessa forma, seu patrimônio não flutua ao sabor da economia. Além disso, quando Buffet acerta o alvo, a margem de ganho é maior, pois a aplicação foi feita antes da expansão ou valorização do investimento.
3. Use os altos e baixos a seu favor 3 /10(Simon Dawson/Bloomberg)
Enquanto muitos investidores temem oscilações em suas aplicações financeiras, o empresário e megainvestidor húngaro-americano
George Soros , de perfil agressivo, sempre viu oportunidades na volatilidade dos investimentos. Para isso, acompanha bem de perto a evolução de dados sobre a economia que possam ter impacto futuro nas aplicações e empresas nas quais investe. Dessa forma, consegue migrar recursos de uma aplicação financeira para outra antes de perder dinheiro, ou passar a investir em segmentos que tenham potencial de valorização após mudanças no cenário macroeconômico.
4. Esteja à frente de recomendações 4 /10(Divulgação/ Site templeton.org)
O empresário e filantropo John Templeton realizava investimentos na direção contrária da que o mercado apostava. Seu lema era: pense por si mesmo. Para selecionar aplicações financeiras, criou suas próprias ferramentas, e não seguia recomendações e tendências. Enquanto os olhos da maioria dos investidores estavam geralmente voltados para determinada empresa ou aplicação financeira, ele garimpava investimentos não convencionais, com maior oportunidade de ganhos.
5. Saiba administrar os riscos 5 /10(Divulgação/Columbia Archives)
O investidor americano Benjamin Graham foi professor de
Warren Buffet e um exemplo para o megainvestidor. Pai do conceito de investimento em valor, um dos ensinamentos de Graham é de que o investidor não dever temer o risco, mas, sim, administrá-lo. Como não é possível fugir totalmente das perdas ao investir, Graham definia um nível máximo de riscos para sua carteira de aplicações e se mantinha dentro dessa margem de segurança. Caso seu nível de risco ultrapassasse essa margem, o investidor não aplicava seu dinheiro, pois passaria a especular e ter grandes chances de perdas.
6. Diversifique na medida certa 6 /10(Wikimedia Commons)
O economista britânico John Maynard Keynes, criador da macroeconomia moderna, também era um investidor. Um dos conceitos que seguia era o da diversificação inteligente, que consiste em diminuir os riscos das aplicações financeiras ao optar por produtos com comportamento opostos ou ao menos diferentes. Isso não se resume a ter na carteira uma parte de investimentos em
renda fixa e outra porção em renda variável (
entenda os conceitos ), mas, dentro das opções de aplicações em renda variável, investir em ativos que tenham reflexos diferentes diante de uma mesma situação. Dessa forma, o patrimônio não fica refém de mudanças na economia.
7. Seja racional 7 /10(Getty Images)
Braço direito do megainvestidor
Warren Buffet , Charles Munger é conhecido por mapear comportamentos que influenciam de forma negativa nas decisões de investimento, e fugir deles. Racional, acredita que investir consiste em se preparar, ter paciência, disciplina e objetividade. Para Munger, situações de estresse, atitudes defensivas, temor a perdas e a inveja de quem está ganhando muito dinheiro têm o poder de destruir fortunas.
8. Fique atento a taxas 8 /10(Scott Eells/Bloomberg)
O investidor americano John Clifton "Jack" Bogle, fundador do grupo financeiro Vanguard, defende a simplicidade nas aplicações financeiras para investidores individuais de perfil conservador e, principalmente, a redução de gastos com taxas, que costumam afetar rendimentos de aplicações passivas, que acompanham índices de mercado e oferecem menor risco.
9. Seja discreto ao investir 9 /10(Chris Hondros/Getty Images)
Sempre no topo da lista de mais ricos do mundo, o empresário mexicano
Carlos Slim é discreto ao investir. Tem uma carteira de aplicações variada, mas não entra em detalhes sobre onde aloca seus recursos, pois tem consciência de sua influência. Slim tem a cautela de não induzir investidores a apostarem em seus alvos para evitar uma redução em sua margem de ganhos caso os investimentos se valorizem de forma artificial após muitos aplicadores passarem a investir. Por conta da grande quantidade de dinheiro que aplica no mercado financeiro e em empresas, Slim apenas anuncia quando deixa de investir ou migra recursos aplicados quando é obrigado por lei.
10. Agora, veja os livros que podem ajudar a investir melhor 10 /10(4FR/Getty Images)