Minhas Finanças

Os melhores e os piores investimentos de maio

Títulos do Tesouro Direto e fundos de renda fixa novamente superam a poupança e a maior rentabilidade do mês foi obtida pelo dólar


	Dólar serve como intrumento de defesa quando as bolsas estão em baixa, mas investimento tem alto risco
 (Stock.xchng)

Dólar serve como intrumento de defesa quando as bolsas estão em baixa, mas investimento tem alto risco (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2013 às 18h35.

São Paulo – Em maio, os fundos referenciados DI, que investem em papéis atrelados ao CDI (taxa de juros semelhante à Selic) e os títulos do Tesouro Direto atrelados à taxa Selic, as Letras Financeiras do Tesouro com prazo de vencimento em 2014, foram os investimentos com melhor resultado entre as aplicações em renda fixa, que são as mais conservadoras.

Considerando todas as aplicações, em renda fixa e renda variável, o dólar, os fundos de ações small caps (que investem em ações com baixa negociação em Bolsa) e os fundos de dividendos (que investem em ações mais defensivas) tiveram a maior rentabilidade do mês. 

Os resultados mensais ajudam o investidor a balancear sua carteira de aplicações financeiras, mas para tomar uma decisão sobre qual investimento escolher é preciso estudar quais foram os rendimentos das aplicações em um prazo maior, quais são seus fundamentos e se eles combinam com os objetivos do investidor. Um investimento que teve ótimos resultados neste mês pode não ter tido um bom desempenho no último ano e também pode não ser a melhor opção para o mês seguinte.

Confira na tabela o ranking de desempenho de cada aplicação, além dos índices de inflação (IPCA e IGP-M), o principal índice da Bolsa (Ibovespa) e as taxas básicas de juros (Selic e CDI). E veja em seguida a análise dos investimentos em renda fixa e em renda variável. 

Aplicação Desempenho no mês de abril Desempenho no acumulado do ano Fechamento em
Dólar comercial 4,38% 2,25% 29/05/2013
Fundos de ações Small Caps* 2,43% -1,46% 24/05/2013
Fundos de ações dividendos* 2,35% 1,62% 24/05/2013
Fundos de ações livres* 2,20% 2,34% 24/05/2013
Fundos de ações Ibovespa Ativo* 2,11% -0,67% 24/05/2013
Fundos Multimercado Macro* 0,66% 2,87% 24/05/2013
Fundos referenciados DI* 0,60% 2,80% 24/05/2013
LFT (vencimento em 07/03/2014)* 0,60% 2,89% 31/05/2013
Selic* 0,59% 2,88% 30/05/2013
LFT (vencimento em 07/03/2015) 0,56% 2,90% 31/05/2013
CDI* 0,55% 2,79% 28/05/2013
NTN-F (vencimento em 01/01/2014)* 0,53% 2,28% 31/05/2013
LTN (vencimento em 01/01/2014)* 0,51% 2,25% 31/05/2013
Poupança antiga 0,50% 2,52% 29/05/2013
Fundos Multimercado Multiestratégia* 0,48% 1,71% 24/05/2013
Fundos de Renda Fixa* 0,47% 2,59% 24/05/2013
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2015)* 0,45% 1,56% 31/05/2013
NTN-B (vencimento em 15/05/2015)* 0,43% 1,63% 31/05/2013
Poupança nova* 0,42% 2,09% 29/05/2013
IPCA (estimativa do Banco Central) 0,37% 5,81%** 24/05/2013
Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX) 0,24% -1,40% 29/05/2013
Fundos Multimercados Juros e Moedas* 0,23% 1,86% 24/05/2013
IGP-M (estimativa do Banco Central) 0,05% 4,40%** 24/05/2013
LTN (vencimento em 01/01/2016)* -0,49% 0,87% 31/05/2013
NTN-F (vencimento em 01/01/2017)* -0,96% -0,13% 31/05/2013
Ouro BM&F -1,58% -14,61% 29/05/2013
Ibovespa -4,30 -12,22% 31/05/2013
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2035)* -5,33% -6,46% 31/05/2013
NTN-B (vencimento em 15/08/2050)* -6,97% -10,76% 31/05/2013

Fontes: Banco Central, BM&FBovespa, Tesouro Nacional e Anbima.
(*) Últimos 30 dias até a data de fechamento
(**) Expectativa de inflação para o ano de 2013. 


Renda fixa

Entre as aplicações de renda fixa, que são mais conservadoras e têm sua forma de remuneração pré-definida, a poupança que vale pela nova regra (rendimento de 70% da Selic mais a Taxa Referencial, atualmente está próxima a zero) novamente rendeu menos que o Tesouro Direto e os fundos de renda fixa.

Os fundos referenciados DI foram o investimento com o melhor desempenho da renda fixa em maio, seguidos pelas Letras Financeiras do Tesouro (LFT) com vencimento em 2014 e em 2015.

Os fundos DI investem em ativos de renda fixa, privilegiando papéis atrelados ao CDI (taxa de juros semelhante à Selic). E as LFTs são os títulos do Tesouro que remuneram o investidor de acordo com a variação da Selic no período.

Por acompanharem a Selic, ambos os investimentos tiveram um bom resultado já que no final de abril a taxa básica de juros teve uma elevação de 0,25% passando de 7,25% ao ano para 7,50%. “Mesmo no patamar em que estava, de 7,50% ao ano (no fim de maio a taxa subiu para 8,00%), investimentos atrelados à Selic só perdem para alguns fundos, mas comparados à poupança e aos CDBs eles ganham. São investimentos seguros e que tendem a continuar com uma boa rentabilidade”, comenta Samy Dana, professor da Fundação Getúlio Vargas.

Ele acrescenta que os fundos DI podem ser mais rentáveis que as LFTs, como ocorreu em maio, mas para isso é preciso que as taxas de administração e de performance cobradas pelo fundo não sejam altas.

Logo após as LFTs, aparecem no ranking as Notas do Tesouro Nacional série F (NTN-Fs) com vencimento em 2014 e as Letras do Tesouro Nacional (LTN) também com vencimento em 2014. Ambas são títulos do Tesouro Direto que pagam ao investidor uma taxa de juro prefixada.

Samy Dana explica que a alta de 0,5% da Selic no final de maio - acima da alta de 0,25% que o mercado esperava -, levou as LFTs a registrarem uma performance melhor do que as NTN-Fs e LTNs. "Quem estava investindo nos títulos prefixados não aproveitou essa alta inesperada, como quem investiu nas LFTs", afirma.  

Em seguida, o investimento de renda fixa mais rentável do mês foi a poupança antiga, que rende sempre 0,5% ao mês mais a TR. A vantagem da caderneta frente a alguns outros investimentos de renda fixa no atual patamar da taxa Selic reforça a ideia de que é preciso pensar bem antes de sacar os recursos que ainda são remunerados pela regra antiga da poupança. 

As Notas do Tesouro Nacional série B com vencimento em 2035 e 2050 tiveram os piores resultados do balanço. Esses títulos do governo remuneram o investidor com uma taxa prefixada mais a variação da inflação medida pelo IPCA. Mas, se o investidor resgata o título antes vencimento, ele se sujeita às oscilações do mercado e pode vender a NTN-B em um momento de baixa, perdendo dinheiro. 

Conforme Dana explica, como a inflação tem subido em uma velocidade menor, as NTN-Bs perderam um pouco sua atratividade e registraram um rendimento ruim em maio. Mesmo assim, o professor recomenda o investimento no título para quem visa o longo prazo. “A NTN-B é um instrumento que eu gosto e indico para o longo prazo porque é um investimento muito seguro se for levado até o vencimento. Ele garante o poder de compra, enquanto outros investimentos podem não bater a inflação”, diz. 

Os títulos do Tesouro Direto mostrados na tabela que estão disponíveis para compra atualmente são as NTN-B Principal com vencimento em 2035, as NTN-B com vencimento em 2050 e as LTN com vencimento em 2016.


Renda variável

O principal índice de referência da Bolsa brasileira, o Ibovespa, fechou o mês de maio com queda de 4,30%. No acumulado do ano, o índice acumula uma desvalorização de 12,22%.

As aplicações de renda variável (que não têm uma forma de remuneração pré-definida) ficaram com melhores resultados no mês. O dólar teve uma valorização de 4,38% (até 29 de maio) e ficou no topo do balanço de investimentos de maio.

Segundo o professor da Fundação Getúlio Vargas, o dólar funciona como um instrumento de defesa quando a Bolsa está em baixa. “Quando a Bolsa vai mal, o dólar vai bem. Isso ocorre pois, ao ver que a Bolsa está mal e que o cenário na Europa não está positivo, os investidores investem no dólar, que representa uma maior segurança frente a outras moedas, como o euro e o iene”, diz. 

Dana afirma que apesar da alta em maio, o dólar não supera a rentabilidade da renda fixa quando a comparação é feita no longo prazo. Além disso, por se tratar de um investimento muito volátil, já que é muito sensível ao cenário macroeconômico, a aplicação é indicada apenas como instrumento de diversificação e para investidores com forte apetite a risco.

Os fundos de ações small caps e os fundos de ações dividendos aparecem na segunda e terceira posições do ranking.

Os fundos de small caps investem nas chamadas ações small caps, que são os papéis de empresas com menor valor de mercado e que possuem baixo volume de negociação na Bolsa. Em um momento de fraco desempenho das ações mais negociadas, as small caps acabam atraindo investidores que buscam ganhos em papéis alternativos. “Provavelmente os gestores conseguiram encontrar empresas pequenas que foram bem”, explica Samy Dana.

Ele ressalta que apesar do bom desempenho em maio, os fundos small caps têm um risco muito grande e assim como o dólar devem ser usados apenas como uma forma de diversificação dos investimentos. 

Os fundos de dividendos, por sua vez, investem em ações boas pagadoras de dividendos (lucros das companhias que são repassados aos acionistas). São ações de empresas líderes de mercado ou que atuam em segmentos com demanda estável e que por essas características não sofrem tanto com as oscilações do cenário macroeconômico. Além disso, elas costumam ter baixa necessidade de reinvestimento, o que as leva a passar boa parte de seus lucros aos acionistas.

Em um momento de volatilidade da Bolsa, as ações boas pagadoras de dividendos se valorizam por serem defensivas e representarem maior segurança aos investidores, o que explica a alta desses fundos no mês. 

Também tiveram um desempenho relevante os fundos multimercado macro. Esse tipo de fundo investe em vários tipos de ativo, tanto em renda fixa como em renda variável, optando pela melhor estratégia de acordo com o cenário econômico. “Como os fundos multimercado podem investir em Bolsa, renda fixa e câmbio é muito difícil saber o que resultou na rentabilidade deles em maio, mas como o dólar foi bem, os gestores podem ter apostado nisso”, avalia Samy Dana. 

Os fundos imobiliários tiveram uma leve alta em maio, mas acumulam queda de 1,40% no ano. A performance desses fundos é medida pelo Índice de Investimentos em Fundos Imobiliários (IFIX), que inlcui as cotas dos fundos mais negociados em Bolsa. A desaceleração da economia e a acentuada valorização desses fundos no ano passado e no início desse ano podem explicar a perda de atratividade da aplicação neste ano.

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