Minhas Finanças

Onde investir o dinheiro das contas inativas do FGTS

Não deixe de sacar seus recursos, mesmo que não tenha dívidas a pagar. É possível fazer seu dinheiro render mais

 (Uelder-ferreira/Thinkstock)

(Uelder-ferreira/Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 16 de fevereiro de 2017 às 05h00.

Última atualização em 20 de fevereiro de 2017 às 17h44.

São Paulo - Agora que você sabe quando poderá sacar o dinheiro das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), já parou para pensar no que fazer com ele? Mesmo que ainda não tenha certeza, vale a pena retirar seus recursos do fundo e investi-los em aplicações financeiras de pouco risco, que rendem mais.

Se você deixar o dinheiro no FGTS, ele vai render de 5% a 6% ao ano mais a Taxa Referencial (TR), em torno de 2% ao ano. Isso já considerando o aumento na remuneração do fundo, conforme anunciou o governo no fim do ano passado

“O rendimento do FGTS é pior do que o de qualquer outro investimento. Fica abaixo até da poupança”, explica Joelson Sampaio, professor de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV) e da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap).

Antes de investir o dinheiro das contas inativas, porém, a prioridade deve ser pagar as dívidas. “Esse é o melhor investimento que você pode fazer, pois os juros que você paga pelos empréstimos ficam acima de qualquer rendimento em aplicações de renda fixa”, esclarece Sampaio.

A seguir, confira três investimentos que batem a poupança e permitem resgatar o dinheiro a qualquer momento. Seus rendimentos acompanham a variação da taxa Selic, atualmente em 13% ao ano.

Mesmo com projeção de queda na Selic, essas aplicações continuam sendo boas alternativas para investidores conservadores, que preferem correr pouco risco a ter retornos estratosféricos.

“Risco zero não existe, mas esses são os investimentos de menor risco do mercado”, explica Vera Simões, gerente de registros e autorizações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que fiscaliza o mercado de capitais.  

Tesouro Selic

Esse é o título público de menor risco oferecido pelo governo na plataforma Tesouro Direto. O investidor empresta dinheiro para os cofres do governo federal e é remunerado por isso. No caso do Tesouro Selic, a remuneração acompanha a taxa Selic, atualmente em 13% ao ano.

A chance de o governo brasileiro quebrar e não pagar seus credores, como aconteceu com a Grécia, por exemplo, é muito pequena, segundo especialistas. Por isso, muitos consideram esse investimento o mais seguro que existe no Brasil.

O investidor só saberá exatamente quanto dinheiro terá de retorno na data do vencimento do título ou ao resgatar o dinheiro antes desse prazo. No entanto, é certo que a taxa de retorno ficará muito próxima da taxa Selic.

Diferente de outros títulos públicos, o preço do Tesouro Selic no mercado varia pouco, o que evita que o investidor perca dinheiro se vender o papel antes do prazo de vencimento, como explica o economista da Guide Investimentos Ignácio Crespo.  

O retorno que o investidor recebe fica levemente abaixo da taxa Selic porque, para investir no Tesouro Direto, ele é obrigado a pagar uma taxa de 0,3% ao ano, chamada de taxa de custódia.

Mesmo que compre os títulos sozinho na plataforma do Tesouro Direto na internet, o investidor também precisa abrir uma conta em uma corretora, e algumas delas cobram uma taxa de corretagem de até 2% ao ano.

Confira as taxas cobradas por cada corretora no site do Tesouro Direto e veja o passo a passo para investir.

No Tesouro Direto, o investidor sofre cobrança de Imposto de Renda ao resgatar seus recursos.  A alíquota varia entre 22,5% (para resgates em até 180 dias) e 15% (para resgates depois de 721 dias). Ou seja, vale a pena deixar o dinheiro aplicado por mais de dois anos para pagar menos imposto.

CDB

Os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) são títulos privados oferecidos pelos bancos para se capitalizar. Em vez de emprestar dinheiro ao governo, o investidor empresta dinheiro ao banco, e é remunerado por isso.

A taxa de retorno é baseada na taxa DI, também chamada de CDI, que é muito parecida com a Selic. Mas como os bancos precisam lucrar com a operação, muitas vezes eles não oferecem 100% do CDI, mas um percentual menor dessa taxa.

Em geral, bancos menos conhecidos oferecem taxas de retorno melhores. “Recomendo procurar CDBs que paguem a partir de 90% do CDI”, aconselha Sampaio.

O risco de um banco quebrar tende a ser maior do que o do governo, mas quem investe em CDB é protegido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que garante ao investidor até 250 mil reais de volta.

Muitos CDBs não oferecem liquidez diária, ou seja, não permitem ao investidor resgatar seu dinheiro antes do prazo de vencimento.

Em geral, se o CDB tem boa liquidez, ele oferece retornos mais baixos. Por isso, ao investir em um CDB, tenha claro o seu objetivo e quando você pretende resgatar o dinheiro. Se ainda não sabe, melhor procurar um produto com liquidez.

Aplicando em CDBs, o investidor também sofre cobrança de Imposto de Renda ao resgatar seus recursos, que varia entre 22,5% (para resgates em até 180 dias) e 15% (para resgates depois de 721 dias).

Fundo DI

Os fundos DI são o tipo de fundo de investimento com menos risco que existe no mercado. Pela nova classificação de fundos da Anbima, eles passaram a se enquadrar na categoria dos fundos simples, mas informalmente o mercado continua chamando essas aplicações de fundos DI.

Ao investir em um fundo simples, você reúne seu dinheiro ao de diversos investidores e um especialista do banco ou da corretora toma conta de todo esse patrimônio. No caso dos fundos simples, o gestor é obrigado a aplicar no mínimo 95% desse dinheiro em títulos públicos ou em CDBs.

Dependendo da estratégia do gestor, esses fundos podem ter resultados inferiores à variação da taxa Selic, mas também podem apresentar bons rendimentos.

“O principal diferencial de um fundo é que você pode mesclar diversos títulos e ter um gestor para acompanhar o mercado e tomar decisões estratégicas por você”, explica Vera, da CVM.

No entanto, para isso, os fundos de investimento cobram uma taxa de administração que pode fazer você perder rentabilidade.

“Aconselho investir em fundos que cobrem no máximo 1% de taxa e que cobrem taxa de performance. Assim, o risco estará na mão do gestor”, sugere Sampaio.

Ao investir em fundos DI, o investidor também sofre cobrança de Imposto de Renda ao resgatar seus recursos, que varia entre 22,5% (para resgates em até 180 dias) e 15% (para resgates depois de 721 dias).

Acompanhe tudo sobre:CDBcontas-inativas-do-fgtsFGTSFundos DIImigraçãoTesouro Direto

Mais de Minhas Finanças

Veja o resultado da Mega-Sena concurso 2745: prêmio acumulado em R$111 milhões

PIX por aproximação? Entenda como e quando a nova modalidade de pagamento começa a funcionar

IR 2024: veja quando a Receita libera a consulta e o pagamento do 3º lote

Mega-Sena acumulada: quanto rendem R$ 170 milhões na poupança

Mais na Exame