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Obama busca parceria público-privada para resgatar bancos

Segundo WSJ, governo quer que o setor privado ajude a comprar ativos tóxicos dos bancos

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

O governo Obama estuda a criação de diversos fundos de investimento para a compra de empréstimos ruins e ativos podres que estão entupindo as veias do sistema financeiro e impedindo a retomada do crédito, afirmou nesta terça-feira o Wall Street Journal, sem citar a fonte das informações.

No mês passado, o Tesouro dos EUA já havia anunciado a intenção de injetar entre 500 bilhões e 1 trilhão de dólares na compra de ativos tóxicos dos bancos - além dos 700 bilhões de dólares aprovados pelo Congresso em 2008 dentro de um pacote de ajuda às instituições financeiras.

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Segundo o WSJ, o Tesouro não finalizou, até o momento, a formatação dessa nova ajuda ao setor financeiro. A ideia do governo, entretanto, é estruturar uma espécie de parceria público-privada para assumir esses créditos por meio de diversos fundos de investimento.

Esses fundos teriam dinheiro público, mas seriam geridos por profissionais do setor privado, que também entrariam com parte dos recursos. Tanto os lucros quanto os prejuízos obtidos com a compra desses ativos tóxicos seriam compartilhados pelo governo e os gestores privados.

O valor dos créditos a serem comprados e a escolha dos ativos tóxicos mais interessantes seriam feitas pelos gestores privados. Isso evitaria que o governo se desgastasse junto à opinião pública comprando créditos podres por valores acima da cotação de mercado. Ao mesmo tempo, os bancos poderiam desintoxicar seus balanços.

O governo financiaria a aquisição desses papéis com o que restou do pacote de 700 bilhões de dólares, com dinheiro do Federal Reserve (o banco central americano) e com a venda de novos títulos públicos ao mercado.

Essa parceria público-privada tem como origem a ideia da criação de um "banco ruim" para assumir os ativos podres das instituições financeiras em dificuldade. Essa solução do "banco ruim" já funcionou no passado em países com problemas de solvência no sistema financeiro, como a Suécia.

A diferença é que o governo Obama quer agora encorajar o setor privado a também participar do programa de resgate aos bancos. Outra aposta é a criação de diversos fundos para o investimento em diferentes tipos de papéis. O governo acredita que, dessa forma, seria mais fácil superar o grande obstáculo que é definir o valor de cada um desses créditos.

Um obstáculo que ainda precisa ser superado é definir como o governo e o setor privado vão dividir o risco desses investimentos. De alguma maneira, o governo precisará dar garantias aos investidores interessados para conseguir atrair capital. Se der garantias em excesso, a opinião pública pode se voltar contra Obama.

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