EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.
A cidade americana de Nova York continua um importante centro financeiro mundial, mas já não pode mais ser considerada como a líder incontestável desse mercado. Sua liderança é cada vez mais corroída pela emergência ou ressurgimento de outros pólos de negócios, como Londres, Chicago e Hong Kong. De acordo com o jornal americano The New York Times, vários indicadores de desempenho demonstram que a cidade, em diversos setores do mercado financeiro, já perdeu sua supremacia.
Chicago, por exemplo, sediará a maior bolsa de derivativos do mundo, quando for concluída a fusão da Chicago Mercantil Exchange e da Chicago Board of Trade, em meados de 2007. O negócio alcançou 8 bilhões de dólares.
De todos os centros financeiros que concorrem com Nova York, o maior destaque é o renascimento de Londres. Beneficiada pela sua localização geográfica, Londres passou a ser o destino preferido das companhias asiáticas e russas - duas das regiões que mais crescem no mundo - que desejam acessar o mercado de capitais. A proximidade geográfica também favorece o fuso horário, o que faz com que as negociações ocorram em tempo menor. Além disso, as companhias e os investidores acreditam que os custos de manutenção de uma empresa de capital aberto, na Inglaterra, são menores que nos Estados Unidos, onde a Lei Sarbanes-Oxley impôs diversas regras de controle contábil para evitar fraudes como as da Enron e Worldcom.
A TKM, fabricante russa de dutos, é uma das empresas que optaram por realizar sua emissão inicial em Londres, apesar de ter sido cortejada por Nova York. Em novembro, a companhia espera obter 1 bilhão de dólares com a venda de suas ações.
O resultado pode ser medido em números. Entre janeiro e setembro, o volume de recursos captados em ofertas públicas iniciais, em Londres, foi de 33,2 bilhões de dólares. No mesmo período, Nova York registrou 26,5 bilhões. Com a emissão recorde do International & Commercial Bank of China, há uma semana, Hong Kong já figura como o pregão que mais recursos obteve em ofertas públicas neste ano - 40 bilhões de dólares. Em 2007, porém, a disputa pela liderança desse mercado ficará entre londrinos e novaiorquinos.
Outro indicador que também mostra que os americanos estão perdendo terreno é a expansão dos empréstimos sindicalizados. Na Europa, esse mercado cresceu 54% em 2005, ante 15% nos Estados Unidos. Os ativos administrados pelos fundos de hedge europeus subiram 80% entre 2003 e 2005. Nos Estados Unidos, o crescimento foi de 28% no mesmo período.
As autoridades de Nova York procuram saídas para reverter a situação. A indústria financeira responde por 9% dos empregos da cidade, e por 31% das taxas e impostos recolhidos. "Há um reconhecimento sincero de que precisamos de algumas mudanças", afirma Laure Aubuchon, chefe da divisão de negócios internacionais da New York City Economic Development Corporation, entidade dedicada a atrair negócios para a cidade.