Exame Logo

83% farão compras financiadas no Natal e no Ano Novo

Enquanto renda real do brasileiro cresceu 1% entre setembro do ano passado e setembro deste ano, a parcela da renda comprometida com pagamento de empréstimos avançou de 32% para 36% no mesmo período

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Aproximam-se as festas de Natal e Ano Novo, momento para celebrar, fazer planos, presentear -- e se endividar. Pesquisa coordenada pelo Programa de Administração de Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA-USP) revela que 83% dos entrevistados farão compras a crédito no Natal e no Ano Novo.

Dos entrevistados, 34% afirmam que a freqüência com que usam o crediário para a aquisição de bens é de 3 a 4 vezes por ano; 28% utilizam de 1 a 2 vezes por ano e 14% de 4 a 5 vezes. Quanto ao prazo de pagamento, 71% optam por parcelar as compras em 12 meses e 17% em 6 meses.

Veja também

Segundo Cláudio Felisoni de Angelo, professor da faculdade de administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA-USP) e coordenador do Provar, enquanto a renda real média do brasileiro cresceu 1% entre setembro do ano passado e setembro deste ano, a parcela da renda comprometida com pagamento de empréstimos avançou de 32% para 36% no mesmo período. "O peso das dívidas está crescendo e certamente empurra para cima os índices de inadimplência", diz. "Isso já está acontecendo."

Os campeões de venda a crédito são os telefones celulares, com 51% das preferências, seguidos dos eletroeletrônicos e aparelhos de informática, com 39%, e dos eletrodomésticos, com 37%. Casas Bahia, C&A, Ponto Frio, Extra e Lojas Americanas são, na opinião dos entrevistados, os varejistas que mais facilitam o acesso ao crédito.

Depois de Natal e Ano Novo, a segunda circunstância mencionada como indutora dos empréstimos são emergências, com 33% das respostas, seguida do Dia das Mães, quando 28% fazem compras financiadas.

O uso intenso não significa que o consumidor está satisfeito com as linhas de crédito disponíveis. O maior número de reclamações está relacionado aos juros, apontados por 42% dos pesquisados; à dificuldade em solicitar crédito (36%); ao atendimento (25%) e à falta de transparência quanto às condições contratuais (23%).

"Atualmente, as compras pelo crediário são a base de sustentação de muitos lojistas", diz Felisoni. "Paralelamente, empresas financeiras e de empréstimo se proliferam rapidamente, provocando uma nova dinâmica no mercado." O professor avalia que a esperada queda da taxa Selic durante o próximo ano repercute muito pouco na ponta do consumo. O que poderá determinar taxas menores ao consumidor é a concorrência entre grandes bancos, como Itaú e Bradesco. As duas instituições reportaram recentemente grandes ganhos com operações de financiamento ao consumo.

Os dados foram levantados entre 17 de julho a 15 de setembro pela consultoria Canal Varejo, que ouviu 500 entrevistados.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Minhas Finanças

Mais na Exame