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Multiplan abre capital e acirra concorrência no mercado de shoppings

Empresa é a terceira gigante do setor a ir para a Bolsa neste ano, devendo impulsionar ainda mais a onda de aquisições

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

A Multiplan, uma das maiores empresas do setor de shoppings centers, divulgou nesta segunda-feira o prospecto preliminar de sua oferta pública inicial de ações. A empresa vai ofertar 36.939.435 ações ordinárias, que deverão começar a ser negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) no dia 26 de julho sob o código MULT3. Se houve muita demanda, poderá ser colocado, ainda, um lote suplementar com 5.540.915 ações.

A previsão do banco UBS Pactual, coordenador da operação, é de que os papéis da companhia tenham seu preço fixado entre 25 reais e 33 reais. Os investidores poderão fazer seus pedidos de reserva entre os dias 16 e 23 de julho, com aplicação mínima de 3.000 reais e máxima de 300.000 reais. O preço inicial dos papéis será definido pelo processo de bookbuilding, que considera os pedidos de compra feitos pelos investidores institucionais, e será divulgado no dia 25 de julho.

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Considerando o valor médio de 29 reais por ação, a empresa deve captar aproximadamente 765,4 milhões, já descontadas as comissões e despesas da operação, e sem considerar a venda do lote suplementar. Esses recursos, segundo a companhia, além de financiar o desenvolvimento de projetos que já estão em andamento - como o BarrashoppingSul, no Rio Grande do Sul, e o Shopping Center Vila Olímpia, em São Paulo - serão utilizados na aquisição de novos shoppings, devendo esquentar ainda mais a disputa neste mercado.

A Multiplan era a única entre as três maiores empresas do setor que ainda não havia aberto capital. No primeiro semestre deste ano, Iguatemi e BR Mall fizeram seus IPOs (sigla em inglês para oferta pública inicial) e foram às compras. Em quatro meses, foram quase dez aquisições. Somente em julho, a BR Malls comprou participações em três shoppings: um no Rio Grande do Norte e dois em Minas Gerais.

E ainda há muito espaço para novos negócios. Como mais de 90% dos shoppings brasileiros estão sob controle de grupos familiares, com pouco acesso a crédito, são grandes as oportunidades para aquisições. Além disso, os fundos de pensão, que financiaram a expansão dos shoppings centers nos anos 80 e 90, estão aproveitando o momento para vender suas participações em shoppings familiares. Com dinheiro em caixa, as três gigantes do setor devem partir com força para mais uma rodada de compras nos próximos meses, contando, ainda com um cenário internacional favorável.

Os Estados Unidos e a Europa já demonstram saturação no setor, o que fez com que o Brasil despertasse o interesse dos investidores. Foi por isso que empresas como General Growth Properties e Ivanhoe Cambridge, algumas das maiores do setor no mundo, aportaram no país por meio de acordos com empresas locais. Por enquanto, os cinco maiores grupos que atuam no mercado brasileiro detêm pouco mais de 15% do total de shoppings centers. Nos Estados Unidos, três líderes concentram 75% dos shoppings. Ou seja, muitos negócios ainda podem estar por vir.

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