Mercado reduz projeções para Ibovespa no final do ano
Corretoras, que até início da turbulência previam que o índice estaria entre 60.000 e 65.000 pontos, já cogitam um piso de 52.800 pontos em dezembro
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
Essas previsões, no entanto, ainda não incluem mudanças nos fundamentos das economias brasileira e mundial. "O mercado está precificando apenas a possibilidade de uma crise em função das dificuldades do setor de crédito hipotecário nos Estados Unidos. Por enquanto, os estragos do subprime (segmento de hipotecas de segunda linha) são pontuais, concentrados em alguns bancos que atuam nesse nicho. Mas sempre há o risco de contaminação, e é isso que o mercado teme", afirma o analista da corretora Prosper, Gustavo Barbeito.
A questão do crédito imobiliário ( clique aqui e saiba mais) está causando uma volatilidade no mercado acionário acima do esperado pelos especialistas. Na segunda-feira passada (dia 30/7), por exemplo, o Ibovespa subiu 3,12%, após ter caído quase 8% na semana anterior. Na última sexta-feira (dia 3/8) o índice voltou a cair fortemente, finalizando o dia negativo em 3,37%.
As preocupações aumentam à medida em que surgem notícias de que fundos em outros países, como Austrália e Alemanha, estariam passando pelas mesmas dificuldades dos colegas americanos. "Há muitos rumores e isso gera insegurança nos investidores", diz o analista da corretora Souza Barros, Clodoir Gabriel Vieira. Entretanto, da mesma forma que as más notícias derrubam as bolsas mundiais, quando alguma informação positiva chega aos ouvidos dos investidores, o mercado reage e sobe. "O problema é que nada disso é concreto. O Fed (Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos) deveria informar com clareza qual é a real situação, porque só assim o mercado poderia se posicionar de forma adequada", afirma Vieira.
Tantas dúvidas já fizeram com que muitas corretoras passassem a considerar em suas análises o piso de 50.000 pontos para o Ibovespa, sem descartar, porém, a possibilidade de uma desvalorização maior. "Em nosso cenário mais pessimista estimamos uma queda até aos 46.500 pontos", diz Fernando Góes, analista da corretora Alpes. "Por outro lado, se ficar confirmado que toda essa agitação não afetará os fundamentos da economia, o mercado poderá voltar a subir com mais força, como aconteceu em maio, depois que passou o susto com a China", afirma Góes.
Corretora | Previsão para o Ibovespa em dezembro de 2007 | Valorização no ano (%) |
Alpes | 61.000 | 37,16 |
Banco Schahin | 62.000 | 39,41 |
Bradesco | 58.000 | 30,42 |
Elite* | 60.000 | 34,91 |
HSBC* | 58.000 | 30,42 |
Itaú | 56.000 | 25,92 |
Planner* | 52.800 | 18,72 |
Prosper | 62.000 | 39,41 |
SLW | 60.000 | 34,91 |
Souza Barros | 58.000 | 30,42 |
Spinelli | 65.000 | 46,16 |
Unibanco | 62.000 | 39,41 |
* Em processo de revisão | ||
Fontes: corretoras |