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Mercado já cogita corte emergencial de juros nos EUA

Crescem as chances de que o Federal Reserve reduza a taxa de juros pagas pelos títulos do Tesouro americano antes mesmo de sua reunião em setembro

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

A crise de liquidez mundial agravada ontem pela dificuldade de bancos de financiar ou securitizar dívidas de baixa qualidade pode fazer com que o Federal Reserve (banco central dos EUA) reduza a taxa básica de juros antes mesmo de sua próxima reunião, marcada para setembro.

Segundo o site CNNMoney.com, as taxas de juros de contratos futuros sugerem que há uma chance de 24% de que haja um corte extraordinário de juros em agosto. Isso não havia sido cogitado no começo da semana, quando o BC dos EUA decidiu manter os juros em 5,25% ao ano e admitiu o desaquecimento da economia. Já a chance de a taxa ser reduzida na próxima reunião do Fed cresceu para 76%, segundo a percepção de analistas.

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O mercado estressou ontem após o banco francês BNP Paribas informar que congelaria resgates em três fundos que sofreram fortes perdas com "subprime" (hipotecas de segunda linha). Imediatamente após o anúncio bancos de diversos países passaram a encontrar dificuldades para levantar recursos no mercado porque instituições financeiras decidiram fechar linhas de crédito com medo de perdas futuras.

Para evitar uma crise de liquidez no sistema financeiro mundial, bancos centrais de países desenvolvidos decidiram colocar dinheiro à disposição de instituições financeiras em dificuldade. Os BCs dos EUA, Europa e Canadá injetaram US$ 156 bilhões no mercado em um único dia. Hoje o Federal Reserve disponibilizou mais US$ 19 bilhões, medida que foi seguida por bancos centrais de outros países. Em comunicado, o Fed informou hoje que "vai usar reservas na quantidade que for necessária para as operações de mercado aberto".

O agora cogitado corte de juros nos EUA poderia dar ânimo aos investidores em relação ao futuro da economia americana. Também poderia ter um efeito positivo no mercado imobiliário, ajudando a aumentar a confiança dos investidores no pagamento de empréstimos para a compra de casas. Isso ajudaria a evitar que as perdas de fundos e bancos com o "subprime" possam se alastrar para aplicações mais sólidas, colocando em risco todo o sistema financeiro.

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