Manual da compra de carro na crise
Hoje há basicamente quatro modalidades de compra a prazo, cada uma com vantagens e desvantagens. Descubra como funcionam e qual se adequa melhor ao seu perfil
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2015 às 13h50.
O carro zero é o sonho de muita gente, mas a grande dificuldade é juntar dinheiro para comprá-lo à vista.
Para quem não tem paciência para guardar por meses (ou até mais de um ano) ou não possui a disciplina financeira necessária, a opção é comprá-lo parcelado.
Hoje há basicamente quatro modalidades de compra a prazo, cada uma com vantagens e desvantagens. Descubra como funcionam e qual se adequa melhor ao seu perfil.
FINANCIAMENTO
A forma mais tradicional - responde por mais de 70% das vendas de veículos novos no Brasil - é o Crédito Direto ao Consumidor (CDC), o tradicional financiamento.
Ele resolve a vida de quem tem nome limpo na praça e está com pressa de ter um automóvel. Depois que o crédito é aprovado e a documentação está pronta, é só abastecer o carro e sair rodando. O problema começa na compra.
Ainda que existam hoje diversos planos oferecendo juro zero, sempre há algum custo embutido, como a Taxa de Abertura de Crédito (TAC), considerada ilegal, mas ainda amplamente cobrada. Para se prevenir, lembre-se de solicitar o Custo Efetivo Total (CET) de seu financiamento.
Por lei, toda loja deve calcular o CET antes de o cliente a assinar o contrato, o que vai revelar o valor dos juros e de outros encargos envolvidos.
Tome cuidado para não cair nas chamadas tabelas de retorno. Para conseguir que os vendedores ofereçam seus planos aos clientes, as financeiras criaram tabelas de juros que variam de R1 a R10 (R7 significa que 7% do valor do veículo é devolvido à loja pela financeira).
Assim, o vendedor pode dar um desconto de 10% na compra, mas usar a tabela R10 ao calcular os juros. A prática também é ilegal, mas o desconhecimento pelo público e a dificuldade de provar a artimanha impedem punições.
Na dúvida, peça o cálculo primeiro e só depois negocie o desconto.
CONSÓRCIO
Criação brasileira para fugir dos juros, os consórcios hoje custam só um pouco menos do que os financiamentos normais. Se eles não cobram juros, têm taxas de administração que pode ser caras, passando facilmente de 12% do valor do bem, índice considerado pelo mercado como o limite máximo de cobrança.
Assim, se você achar taxas menores de 10%, pode estar fazendo uma boa economia.
O consórcio vale a pena para quem não tem crédito na praça ou não tem pressa em pegar o veículo: para ser contemplado, o consorciado depende mensalmente de ser escolhido por sorteio e lance.
O primeiro pode demorar quando o grupo é muito grande. Já os lances em geral são altíssimos (mais de 40% do valor do veículo), especialmente no início do grupo.
Portanto, a chance de andar logo de carro novo é baixa: depende da sorte ou de um dinheiro que poderia ser bem empregado na entrada de um bom financiamento.
Para piorar, muitos consórcios reajustam o valor do bem pela tabela da fábrica mesmo após a contemplação. Por outro lado, se você for contemplado, recebe uma carta de crédito que não precisa ser usada só na compra do carro.
Equivalente a dinheiro à vista, ela pode ser utilizada para abater prestações de um financiamento de veículo ou até na compra de uma casa.
FINANCIAMENTO BALÃO
Esse tipo de CDC é a maior aposta das fabricantes para reaquecer as vendas. O nome vem da última parcela do plano, normalmente de 24 meses, que representa uma quantia muito alta (entre 15% e 50% do valor do veículo).
Ela é quitada por meio da entrega do carro usado, cuja venda rende o suficiente para dar entrada em um zero-quilômetro.
Com isso, o comprador tem a garantia de trocar o veículo a cada dois anos, pagando uma parcela consideravelmente menor do que a de um financiamento tradicional. E com a vantagem de não ter de se preocupar com a revenda do automóvel usado.
A desvantagem está no fato de você só poder comprar um zero da mesma marca que financiou de início.
O veículo também tem de seguir uma série de critérios para garantir a recompra, como nunca ter se envolvido em acidente grave, ter baixa quilometragem etc. É bom ler antes as tais condições para ver se elas se ajustam a seu caso.
Por fim, sempre há o risco de o valor de recompra do usado ficar abaixo do que você considera justo. Neste caso, o financiamento balão vira uma dor de cabeça.
Mas o que não vale a pena nesse plano é pagar a prestação final para depois ficar com o carro usado: nesse caso, teria sido melhor optar por um CDC comum.
Portanto, se você tiver alguma intenção de continuar com o automóvel, o melhor é descartar a modalidade balão.
LEASING
É uma espécie de aluguel, em que quem aluga tem a opção de comprar o bem ao fim do contrato.
Como ele está disponível principalmente para pessoas jurídicas, tornou-se uma boa opção para quem tem uma pequena empresa.
O lado positivo é que os juros são menores. O negativo é que o cliente tem de ficar preso até o final do prazo do contrato. Além disso, adiantar as parcelas não reduz a conta dos juros. Como o leasing é uma espécie de aluguel, não há entrada.
Por outro lado, o carro não fica no nome do locatário e sim no do banco, o que afasta muitos interessados.
O carro zero é o sonho de muita gente, mas a grande dificuldade é juntar dinheiro para comprá-lo à vista.
Para quem não tem paciência para guardar por meses (ou até mais de um ano) ou não possui a disciplina financeira necessária, a opção é comprá-lo parcelado.
Hoje há basicamente quatro modalidades de compra a prazo, cada uma com vantagens e desvantagens. Descubra como funcionam e qual se adequa melhor ao seu perfil.
FINANCIAMENTO
A forma mais tradicional - responde por mais de 70% das vendas de veículos novos no Brasil - é o Crédito Direto ao Consumidor (CDC), o tradicional financiamento.
Ele resolve a vida de quem tem nome limpo na praça e está com pressa de ter um automóvel. Depois que o crédito é aprovado e a documentação está pronta, é só abastecer o carro e sair rodando. O problema começa na compra.
Ainda que existam hoje diversos planos oferecendo juro zero, sempre há algum custo embutido, como a Taxa de Abertura de Crédito (TAC), considerada ilegal, mas ainda amplamente cobrada. Para se prevenir, lembre-se de solicitar o Custo Efetivo Total (CET) de seu financiamento.
Por lei, toda loja deve calcular o CET antes de o cliente a assinar o contrato, o que vai revelar o valor dos juros e de outros encargos envolvidos.
Tome cuidado para não cair nas chamadas tabelas de retorno. Para conseguir que os vendedores ofereçam seus planos aos clientes, as financeiras criaram tabelas de juros que variam de R1 a R10 (R7 significa que 7% do valor do veículo é devolvido à loja pela financeira).
Assim, o vendedor pode dar um desconto de 10% na compra, mas usar a tabela R10 ao calcular os juros. A prática também é ilegal, mas o desconhecimento pelo público e a dificuldade de provar a artimanha impedem punições.
Na dúvida, peça o cálculo primeiro e só depois negocie o desconto.
CONSÓRCIO
Criação brasileira para fugir dos juros, os consórcios hoje custam só um pouco menos do que os financiamentos normais. Se eles não cobram juros, têm taxas de administração que pode ser caras, passando facilmente de 12% do valor do bem, índice considerado pelo mercado como o limite máximo de cobrança.
Assim, se você achar taxas menores de 10%, pode estar fazendo uma boa economia.
O consórcio vale a pena para quem não tem crédito na praça ou não tem pressa em pegar o veículo: para ser contemplado, o consorciado depende mensalmente de ser escolhido por sorteio e lance.
O primeiro pode demorar quando o grupo é muito grande. Já os lances em geral são altíssimos (mais de 40% do valor do veículo), especialmente no início do grupo.
Portanto, a chance de andar logo de carro novo é baixa: depende da sorte ou de um dinheiro que poderia ser bem empregado na entrada de um bom financiamento.
Para piorar, muitos consórcios reajustam o valor do bem pela tabela da fábrica mesmo após a contemplação. Por outro lado, se você for contemplado, recebe uma carta de crédito que não precisa ser usada só na compra do carro.
Equivalente a dinheiro à vista, ela pode ser utilizada para abater prestações de um financiamento de veículo ou até na compra de uma casa.
FINANCIAMENTO BALÃO
Esse tipo de CDC é a maior aposta das fabricantes para reaquecer as vendas. O nome vem da última parcela do plano, normalmente de 24 meses, que representa uma quantia muito alta (entre 15% e 50% do valor do veículo).
Ela é quitada por meio da entrega do carro usado, cuja venda rende o suficiente para dar entrada em um zero-quilômetro.
Com isso, o comprador tem a garantia de trocar o veículo a cada dois anos, pagando uma parcela consideravelmente menor do que a de um financiamento tradicional. E com a vantagem de não ter de se preocupar com a revenda do automóvel usado.
A desvantagem está no fato de você só poder comprar um zero da mesma marca que financiou de início.
O veículo também tem de seguir uma série de critérios para garantir a recompra, como nunca ter se envolvido em acidente grave, ter baixa quilometragem etc. É bom ler antes as tais condições para ver se elas se ajustam a seu caso.
Por fim, sempre há o risco de o valor de recompra do usado ficar abaixo do que você considera justo. Neste caso, o financiamento balão vira uma dor de cabeça.
Mas o que não vale a pena nesse plano é pagar a prestação final para depois ficar com o carro usado: nesse caso, teria sido melhor optar por um CDC comum.
Portanto, se você tiver alguma intenção de continuar com o automóvel, o melhor é descartar a modalidade balão.
LEASING
É uma espécie de aluguel, em que quem aluga tem a opção de comprar o bem ao fim do contrato.
Como ele está disponível principalmente para pessoas jurídicas, tornou-se uma boa opção para quem tem uma pequena empresa.
O lado positivo é que os juros são menores. O negativo é que o cliente tem de ficar preso até o final do prazo do contrato. Além disso, adiantar as parcelas não reduz a conta dos juros. Como o leasing é uma espécie de aluguel, não há entrada.
Por outro lado, o carro não fica no nome do locatário e sim no do banco, o que afasta muitos interessados.