Carol se especializou em comportamento financeiro e tem carteira de investimentos diversificada (Arquivo pessoal/Divulgação)
Marília Almeida
Publicado em 29 de julho de 2020 às 11h00.
Última atualização em 29 de julho de 2020 às 19h33.
Carol Dias era modelo antes de passar sete anos atuando como assistente de palco em programas de TV. O que lhe deu mais fama foi o humorístico Pânico, da Band. Era uma "Panicat" até que resolveu pedir demissão e mudar o rumo da carreira.
Com a ajuda do irmão, um administrador com especialização em finanças e 10 anos de experiência em bancos, a ex-modelo de 34 anos se tornou uma educadora financeira e influencer sobre o tema. Tem 5,8 milhões de seguidores no Instagram. Dias também faz sucesso no Tik Tok, onde acumula 60 mil seguidores, e também um canal no YouTube, o Riqueza em Dias, com 50,6 mil inscritos.
A educadora financeira conta ter sempre lidado muito bem com o dinheiro, e em toda a carreira conseguiu reunir um patrimônio de 3 milhões de reais. "Fui garota propaganda de grandes marcas. Além disso, nunca fui de ostentar ou gastar muito. E, no meio onde vivia, vi muita gente perder tudo", diz. Seu perfil empreendedor também a ajudou a lucrar. "Já criei linhas de cosméticos, biquini, suplementos, entre outras."
Sobre sua formação, se declara autodidata. "Estudo há dez anos sobre o tema e fiz cursos." Sem as certificações exigidas pelos reguladores do mercado financeiro brasileiro, Carol não indica investimentos. "Não posso fazer isso, seria crime. Apenas aponto minha experiência, tomando o cuidado necessário. Entrego fatos sobre ações, balanços das empresas, para os meus seguidores avaliarem se vale a pena aplicar", afirma.
O caminho para investir não foi isento de erros. Dias diz que, no começo, caiu na conversa de um gerente de bancos e aplicou 1 milhão de reais em um plano de previdência privada. "Não era a alternativa mais rentável, e era muito dinheiro para aplicar nisso", lembra.
Hoje, seus investimentos se dividem entre fundos imobiliários, ações brasileiras e americanas, reserva de emergência (que aplica em renda fixa), e proteção da carteira (ouro e dólar), além de caixa para oportunidades que surgem no mercado.
Dias acredita que os brasileiros devem tirar lições da pandemia. "Se até as grandes empresas têm reservas para passar por momentos como esses, por que os brasileiros acham que não devem ter? Não dá para começar a investir sem esses valores ou considerar fundos imobiliários como uma reserva de emergência. É o momento de entrar na renda variável? É sim. Mas um pé de cada vez, sem desespero. Investimento não é moda", diz.
Veja abaixo cinco dicas de Carol Dias para se tornar um bom investidor e construir um patrimônio:
"O primeiro passo para ser um bom investidor é estudar. Para de ficar batendo papo furado na internet ou fofocando. Não gosta? Mas é necessário. Além disso, não se deixe levar pela manada. Você pode e deve olhar para a experiência de outras pessoas, mas entender que têm perfis e objetivos diferentes do seu. Além disso, tem de ter mentalidade para investir, poupar dinheiro todo mês. Infelizmente muitos brasileiros gastam mais do que ganham, querem um iPhone caro, mas não recebem R$ 2 mil por mês."
"Antes de aplicar, acumule uma reserva de emergência, equivalente a seis vezes o seu salário mensal, se for um trabalhador registrado, e quivalente a 12 meses de renda caso seja autônomo. Não se coloca esse dinheiro em nada arriscado. Em momentos como a pandemia, quando as ações se desvalorizam muito, como fica?"
"Qualquer investidor tem de entender que existem degraus. Não antecipe sonhos. Não queira estar no melhor lugar do ano, fazer a festa casamento, ter o melhor carro do ano. Respire, planeje. Chegou em uma meta? Vá para a próxima. Use o crédito a seu favor, e não contra, e caia fora de pirâmides financeiras. É como eu sempre falo: se tiver forma rápida e fácil de ganhar dinheiro, me ensina."
"O brasileiro tem três grandes problemas: é vitimista (ganho pouco), preguiçoso (quer ganhar, quer ter lucro, sair na vantagem, mas não quer estudar), e vive de desculpas (não tem dinheiro). Mas economiza? Faz renda extra? Tenho um amigo que trabalha durante a semana e é DJ no final de semana. Existem hoje diversos aplicativos para fazer um bico. O que não pode é ficar desempregado deitado no sofá. E existem investimentos a partir de R$ 30. Não tem desculpa."
"Os brasileiros precisam abandonar a poupança, que está rendendo pouco. Há medo de perder tudo. Mas ninguém ganha sem correr risco. Se quer crescer, precisa conhecer, ter disciplina e arriscar. As crises sempre vão existir. Não dá para comprar na alta e vender na baixa. Tem de aproveitar as oportunidades da baixa."