O Industrial & Commercial Bank of China (ICBC) concluiu a maior oferta pública inicial de ações da história do capitalismo na noite de quinta-feira (19/10) . A operação captou pelo menos 19,07 bilhões de dólares. Em um encontro em San Francisco, o maior banco da China e seus conselheiros estabeleceram o preço da oferta pública em 39 centavos de dólar por ação.

Isso significa que o banco arrecadou pelo menos 19,07 bilhões de dólares na venda, superando a oferta inicial pública da japonesa NTT Mobile Communications Network de 18,4 bilhões de dólares em 1998. O acordo feito pelo ICBC poderia ainda aumentar em 15% a oferta de ações se as vendas ultrapassassem a oferta inicial, chegando a 21,9 bilhões de dólares.

De acordo com o americano The Wall Street Journal, o acordo gerou mais de 300 bilhões de dólares de demanda dos investidores institucionais globais, destacando o crescimento da importância da China nos mercados de capital internacionais. Desde a década anterior, as grandes estatais do país se orientaram mais para o mercado para aumentar a transparência e fortalecer suas bases de capital. No ano passado, as companhias chinesas arrecadaram 25,9 bilhões de dólares de mercados internacionais, mais que o dobro do ano anterior, de acordo com a consultoria Thomson Financial.

As vendas de ações de empresas chinesas vão dobrar de novo este ano graças ao ICBC, o maior banco do país em ativos. As operações chinesas também aumentaram sua participação nas emissões mundiais - 5,2% no ano passado, por valor, comparado a 2,8% cinco anos antes, de acordo com a Thomson. Este ano, a tendência é de que as ofertas cheguem a 10% do total de vendas no mundo.

Os bancos chineses hoje são vistos pelos investidores internacionais como a melhor maneira de ganhar exposição na economia que mais cresce no mundo. No terceiro trimestre, o PIB da China se expandiu numa taxa anual de 10,4%. Os bancos fornecem créditos para os grandes exportadores do país, que venderam mais de 690 bilhões de dólares nos primeiros nove meses do ano. "Existe uma grande euforia em torno dos bancos chineses, os investidores enxergam altas margens e grande crescimento", diz Jonathan Anderson, um economista do UBS AG.