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É hora de ter cautela com ações da Petrobras, dizem analistas

Falta de detalhes sobre o novo marco regulatório do pré-sal dificulta a avaliação dos papéis da estatal

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

A falta de detalhes sobre as novas regras para exploração e produção na camada pré-sal deixou os analistas desconfortáveis. Diante de tantas dúvidas, a recomendação para os investidores está sendo a cautela.

Em relatório, a corretora SLW destaca que o novo marco regulatório não foi claro o suficiente para esclarecer ao acionista minoritário o real peso da capitalização que será feita na empresa. "Não sabemos o percentual que será emitido em ações e quanto a companhia pagará com petróleo, o que dificulta fazermos as contas exatas do impacto desta operação em suas ações. No que pese faltar informações para a melhor avaliação, pelo valor estimado já dá pra se ter uma idéia clara que a operação vai diluir os acionistas que não aderirem à oferta, desta forma a noticia é negativa no curto prazo e deve pressionar suas ações até um melhor entendimento da operação", afirma.

Segundo o líder do governo do Senado, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), a Petrobras será capitalizada em 50 bilhões de dólares. A Petrobras, entretanto, ainda não confirmou este valor. A falta de informações oficiais quanto ao valor e aos termos da capitalização, além das incertezas em relação ao potencial das reservas do pré-sal , devem pesar sobre as ações da Petrobras no curto prazo, estima o banco de investimentos Collins Stewart. Segundo a instituição, a margem de erro nas premissas para o pré-sal é muito grandes, gerando insegurança na avaliação da companhia. Outro fator que dificulta as estimativas é a incerteza no calendário de produção do pré-sal.

A corretora Fator destaca que o longo prazo de maturação das reservas e as dúvidas que permanecem sobre a rentabilidade das operações de exploração de petróleo sob o novo modelo tornam o estabelecimento de preço uma difícil tarefa. Pelas contas da instituição, atualmente o valor de cada barril de petróleo do pré-sal está em 3 dólares, valor bastante inferior aos 10 dólares estimados pelo governo. "Isso significaria uma capitalização de US$ 15 bilhões pelo Governo ou uma oferta total de US$ 47 bilhões, equivalente a cerca de 30% do valor de mercado atual."

Para o Collins Stewart, até que o mercado esteja confortável tanto com a capitalização e o direcionamento dos recursos para novos investimentos, quanto com a avaliação dos ativos, as ações da Petrobras ficarão voláteis, com o risco de sofrer um rebaixamento. A SLW, porém, ressalta que, após o mercado digerir as informações e for concluída a emissão de novas ações, " a tendência é a empresa voltar a ser uma das boas opções de investimento para médio-longo prazo, uma vez que a companhia estará mais bem estruturada para enfrentar os investimentos futuros".

Nesta terça-feira (1/9), as ações da Petrobras operam em alta na Bovespa, após terem despencado mais de 5% no último pregão. Às 10h38, os papéis preferenciais (PETR4) subiam 1,21%, para 31,76 reais. Já as ações ordinários (PETR3) eram cotadas a 38,04 reais, em alta de 1,36%. O Ibovespa subia 0,73%, para 56.902 pontos.

 

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