São Paulo - Segundo reportagem da Folha de São Paulo desta segunda-feira, o governo decidiu corrigir a tabela do Imposto de Renda em 4,5% para conseguir aprovar um salário mínimo de 545 reais. Se o reajuste vingar, o percentual irá elevar a faixa de isenção do IR de 1.499 reais para 1.566 reais.

A política de correção começou a ser aplicada em 2007 para evitar que a reposição salarial pela inflação acabasse sendo tributada. Entretanto, a regra deixaria de valer esse ano.

Optando por revalidar a medida, o governo deixaria de arrecadar mais dinheiro com o Imposto de Renda, já que a mordida do Leão seria menor para rendimentos mais altos. A alíquota de 27,5% que vale hoje para quem ganha mais que 3.743,19 reais mensais, incidiria, por exemplo, sobre salários superiores a 3.911,63 reais.

Abrindo mão desse dinheiro, o governo pretende vencer a resistência de parte da bancada aliada em endossar um mínimo de 545 reais. Com corte de gastos já anunciados para combater a inflação, uma remuneração superior a essa seria potencialmente onerosa para os cofres públicos, já que o salário é referência para o pagamento de aposentadorias do INSS. A votação do mínimo acontece nesta quarta-feira.