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Fator prevê prejuízo para Aracruz, VCP, Suzano e Klabin

Queda nas vendas e nos preços deve manter empresas no vermelho no quarto trimestre

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

O último balanço de 2008 não deve trazer boas notícias para os investidores de empresas de papel e celulose. Após contabilizar prejuízos no terceiro trimestre, as companhias do setor devem voltar a estampar resultados negativos em suas demonstrações financeiras.

A crise financeira provocou forte redução nos preços e na demanda, obrigando as companhias a antecipar as paradas para manutenção na tentativa de readequar estoques e produção à nova realidade mundial. A Aracruz, embora seja a companhia do setor com a melhor estimativa de margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação de amortização (margem Ebitda) pelos cálculos da corretora Fator (veja abaixo), é também a que apresenta situação mais delicada.

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Sua margem de lucro em relação ao mesmo período do ano passado deve sofrer forte contração - cinco pontos percentuais - enquanto é esperado um avanço de até 1,6 ponto percentual para suas concorrentes, com exceção da Votorantim Celulose e Papel (VCP). A queda no volume de vendas também deve ser representativa (-19,5%), afetando o faturamento e reduzindo a receita líquida para 859,4 milhões de reais.

Além disso, no final do ano passado, a Aracruz se deparou com uma perda bilionária ocasionada por operações de derivativos atrelados ao dólar. A disparada da moeda americana fez a empresa desembolsar 2,5 bilhões de reais para zerar sua posição no mercado futuro, elevando seu prejuízo projetado para 2,9 bilhões de reais no quarto trimestre de 2008. O tombo colocou em banho-maria as negociações com a VCP para união das duas empresas - transação que só foi retomada nos últimos dias e, portanto, só deve ter impacto nos balanços de 2009.

Os resultados da VCP, por sua vez, não devem ser muito diferentes dos registrados no terceiro trimestre do ano passado. Apesar de ter melhorado seu custo de produção com o menor consumo de combustível e produtos químicos - o que provocou um aumento de 1,5 ponto percentual em sua margem Ebitda do terceiro para o quarto trimestre -, na comparação com os três últimos meses de 2007 houve queda de 0,7 ponto percentual na margem de lucro. As vendas caíram 7,3%, mas a expectativa é de que a receita líquida tenha leve avanço, chegando a 628,7 milhões de reais. A Fator projeta um prejuízo líquido de 534,1 milhões de reais para a companhia, inferior aos 585,5 milhões de reais contabilizados entre julho e setembro de 2008.

A Klabin também sentirá o peso da valorização do dólar em seus resultados. Em setembro do ano passado, metade de suas dívidas era em moeda estrangeira. A expectativa é de que o prejuízo líquido da empresa chegue a 427,8 milhões de reais - 69% acima do verificado no terceiro trimestre. Operacionalmente, entretanto, a companhia deve melhorar sua performance devido ao término dos ajustes no projeto de expansão em cartões. É esperado um crescimento de 0,8 ponto percentual na margem Ebitda, 10,5% na receita líquida, e 6,9% nas vendas em relação ao quarto trimestre de 2007.

A Suzano também deve ter um resultado operacional um pouco melhor que o verificado no terceiro trimestre. A previsão é de que a receita líquida suba 4,5%, para 1 bilhão de reais, com avanço de 2,2% no volume de vendas. Na comparação com o trimestre anterior, é esperada uma redução significativa no prejuízo líquido - 28,6%, que cairia para 209,3 milhões de reais.

Dentre as empresas do setor, a preferência da Fator fica com a Suzano, "cuja linha de produtos deve ser menos afetada pela desaceleração econômica global e doméstica". A corretora acredita que as empresas que sofrerão mais nos próximos meses são aquelas mais expostas à celulose que ao papel. O mix de produtos da VCP também é considerado menos vulnerável ao desempenho da economia, deve apresentar rápido crescimento de vendas no curto prazo, mas o investimento na Aracruz promete ser um fardo muito grande. O negócio prevê pagamento de 2,7 bilhões de reais pela fatia detida pelas famílias Lorentzen, Moreira Salles e Almeida Braga, equivalente a 28% do capital social. Esse dinheiro, no entanto, seria suficiente para comprar 65% da companhia, considerando-se o valor de fechamento das ações no dia anterior ao anúncio da operação. Segundo apurou o blog Direto do Pregão, do Portal EXAME, aceitar o alto preço foi a única saída encontrada pela empresa para evitar o pagamento de uma multa de cerca de 1 bilhão de reais estabelecida em acordo fechado entre os acionistas da VCP e da Aracruz em meados do ano passado.

Veja as estimativas da Fator para as empresas

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