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Executivo-chefe do Citigroup nega que vai desmembrar a empresa

A afirmação foi uma resposta aos rumores de que os líderes do banco estariam avaliando apossibilidade de vender parte das operações do grupo

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Em resposta aos rumores de que os líderes do Citigroup estariam avaliando a possibilidade de pôr a companhia à venda, ou pelo menos parte dela, o executivo-chefe do grupo, Vikram Pandit, afirmou em teleconferência mundial fechada para funcionários da empresa, nesta sexta-feira (21), que não planeja desmembrar a companhia. Ele também disse que não pretende se desfazer da unidade de corretagem Smith Barney, uma das que estariam na possível lista de venda, segundo informações de duas fontes não-identificadas do Wall Street Journal.

A teleconferência reuniu executivos do Citi pouco antes de uma reunião a portas fechadas entre os principais chefes da companhia, na sede da empresa, em Nova York. Segundo o WSJ, a reunião foi convocada para avaliar as possibilidades de que o banco dispõe para resistir à crise financeira internacional, entre as quais estaria a de venda da empresa.

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Segundo o New York Times, a possibilidade de venda integral da empresa é relativamente distante. Ainda assim, a notícia despertou atenção de investidores no mundo todo e interferiu no desempenho das bolsas de valores. Por volta das 16 horas, o S&P 500, um dos principais índices da bolsa de Nova York, subia 1,44%, puxado pela alta dos papéis do setor bancário. Já as ações do próprio Citibank enfrentavam queda de 9,77% nesse mesmo horário, cotadas a 4,25 dólares por papel.

Temor de novas perdas

Ainda de acordo com o WSJ, as discussões dentro do Citigroup estão em fase preliminar e não sinalizam uma mudança de posição dos executivos do grupo quanto à relativa saúde financeira do grupo. Representantes da empresa insistem em declarar que a companhia conta com liquidez ampla, capacidade de investimento e direcionamento estratégico claro. Mesmo assim, a desvalorização violenta da empresa no mercado acionário fez os líderes da empresa avaliarem que precisam estar preparados para uma série de cenários que até algumas semanas atrás seriam impensáveis.

Desde a quinta-feira (20), os funcionários do grupo têm participado de reuniões para definir especificamente um plano de ação capaz de reduzir as perdas dos papéis do Citi na bolsa. No pregão deste mesmo dia, as ações da companhia se desvalorizaram 26% e fecharam abaixo de 5 dólares por unidade pela primeira vez em 14 anos. As perdas de valor foram generalizadas no setor bancário, mas as do Citi superaram a dos principais concorrentes– o JP Morgan caiu 18%, enquanto o Bank of America registrou baixa de 14%.

No longo prazo, a decadência do Citigroup é ainda mais clara. O banco já foi o maior do Estados Unidos e até o fim de 2006 ostentava um valor de mercado de 274 bilhões de dólares. Nesta quinta-feira, o banco valia 26 bilhões de dólares, cerca de um décimo do valor há dois anos, e havia caído para a 5º posição no ranking americano de bancos, atrás do menos conhecido U.S. Bancorp.

Além da instabilidade global, que afeta empresas financeiras do mundo todo, o principal motivo da desvalorização do Citi é a desconfiança dos investidores de que as perdas do banco com empréstimos podres ainda não chegaram ao fim, mesmo depois de a empresa já ter assumido 20 bilhões de dólares em prejuízos.

Para reduzir os gastos da companhia e sinalizar ao mercado financeiro que a empresa está tomando medidas dolorosas para evitar que a crise se agrave, o presidente do Citi, Vikram Pandit anunciou na semana passada o corte de 52 mil funcionários, incluindo subsidiárias de diversas regiões do globo. Em visita ao Brasil nesta quinta-feira, porém, Pandit afirmou que a filial brasileira deve ficar de fora dos cortes.

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