EUA estão oficialmente em recessão há um ano
Segundo o NBER, maior sinal da contração econômica seria a eliminação de 1,2 milhão de empregos neste ano
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
Os Estados Unidos entraram em recessão em dezembro de 2007, segundo o Escritório Nacional de Pesquisa Econômica (NBER, na sigla em inglês). Formado por um grupo privado de economistas com sede em Cambridge (Massachusetts), o NBER tem a responsabilidade de determinar quando a economia americana entra ou sai de uma recessão. Segundo o NBER, a última vez que os EUA registraram contração econômica havia sido entre março e novembro de 2001.
O principal indicador da recessão americana é o corte de 1,2 milhão de empregos no país nos dez primeiros meses deste ano, segundo o NBER. Em novembro, os EUA devem ter eliminado mais 325 mil empregos, de acordo com previsões de economistas. Para o Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos), o período de contração econômica deve durar até meados de 2009, o que tornaria a atual recessão americana a mais longa desde a crise de 1929.O NBER diz que já está claro que a recessão não vai acabar em poucos meses.
Até meados deste ano, ainda havia o debate entre os principais economistas e bancos de investimento dos EUA sobre a possibilidade de recessão. Um consenso sobre o tema só pareceu ter se consolidado a partir de setembro, quando a quebra do Lehman Brothers levou a uma onda de pânico que obrigou governos das principais economias do mundo a tomar medidas que impedissem uma depressão global.
O governo americano liderou esses esforços até o momento, fornecendo ajuda financeira para impedir a quebra de bancos como o Citigroup, agências governamentais de hipotecas e até mesmo a seguradora AIG. Na semana passada, o governo também anunciou um pacote de ajuda para americanos endividados conseguirem pagar suas dívidas.
O NBER não deu sua explicação para a recessão. A confusão financeira nos EUA começou em meados de 2007, quando se percebeu que o crédito imobiliário havia ido longe demais nos Estados Unidos. A queda do preço dos imóveis levou a uma onda de inadimplência no setor, enfraqueceu o sistema financeiro e culminou com uma onda de pânico nos mercados que se espalhou pelo mundo.
Além da ajuda em dinheiro ao sistema financeiro, o Federal Reserve também agiu com seguidos cortes na taxa de juros. Já o Congresso deu incentivos fiscais para o contribuinte, que evitaram a queda do PIB americano no segundo trimestre. A percepção no mercado, entretanto, é que essas medidas ainda não foram capazes de impedir o contínuo enfraquecimento da economia.