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Saiba investir nos 3 fundos de índices lançados pela Bovespa

Investidores têm novas opções para investir em ações

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2010 às 20h43.

Já é possível investir nos três fundos de índices lançados pela BM&FBovespa para ampliar as opções para os investidores que se interessam por aplicação em ações. A exemplo do PIBB (Papéis de Índice Brasil Bovespa), os novos fundos - também conhecidos como Exchange Traded Funds (ETFs, na sigla em inglês) - têm suas cotas negociadas na Bolsa e visam oferecer aos investidores o mesmo retorno apresentado pelo índice de referência. Para tanto, apresentam em sua composição as mesmas ações, nas mesmas proporções, do indicador em questão. O iShare Ibovespa (BOVA11) segue o Ibovespa, enquanto o iShare BM&FBovespa Small Caps (SMAL11) replica o índice composto pelas empresas de menor valor de mercado e o iShare BM&FBovespa MidLarge Cap (MILA11) acompanha o índice que engloba as empresas responsáveis por 85% do valor de mercado da Bolsa.

"Uma das grandes vantagens desses fundos é a possibilidade de comprar, com apenas uma operação, a composição completa de um índice disponibilizando poucos recursos", diz Marcelo Allain, diretor do banco Barclays, responsável pela gestão dos fundos. O lote-padrão negociado na BM&FBovespa equivale a 100 cotas, mas é possível negociar volume menor no mercado fracionário. O valor de cada cota, assim como o das ações, oscila de acordo com o mercado. Para saber quanto será necessário para investir em um lote-padrão, basta multiplicar o valor da cota por 100. Como a atualização dos valores é feita em tempo real, o investidor fica conhecendo o valor do investimento no momento da aplicação ou do resgate - diferentemente dos demais fundos de ações, que têm o valor da cota fixado somente ao final do dia.

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Ao contrário do PIBB, os novos fundos de índice não serão negociados por bancos. Para aplicar, o investidor deverá se cadastrar em uma das corretoras autorizadas pela BM&FBovespa. A dinâmica de investimento é idêntica a de compra e venda de ações. Por meio do home broker ou telefone, o investidor dá uma ordem de compra ou venda de cotas. Se desejar, poderá realizar operações de day trade (compra e venda no mesmo dia) e até mesmo alugar suas cotas, obtendo uma renda extra com os papéis. O Barclays garante ao investidor um retorno mínimo de 0,10% ao ano para quem alugar suas cotas de iShare Ibovespa e iShare BM&FBovespa MidLarge Cap e de 0,15% ao ano para as cotas de iShare BM&FBovespa Small Caps.

Os investidores de maior fôlego, que operam acima de 100.000 cotas, também têm a chance de lucrar com arbitragem. Nesse caso, ao invés de dinheiro, o investidor utiliza uma cesta de ações igual à do índice de referência nas negociações. No site da BM&FBovespa e no WWW.ishares.com.br é disponibilizado a cada 30 segundos o valor indicativo da carteira do fundo (IOPV, em inglês), baseado nas cotações das ações que compõem os portfólios dos fundos. Se houver divergência de valores, o investidor pode lucrar trocando as cotas do fundo pela carteira de ações ou vice-versa. Ao vender o ativo de maior valor, ele embolsará o ganho.

Relação custo-benefício

Os fundos de índices tendem a ter um custo menor que os fundos PIBB e os fundos de ações oferecidos por bancos e gestoras de recursos. Mas isso, na opinião de Alexandre Carneiro, superintendente comercial da corretora Fator, não deve ser o único ponto a ser analisado pelo investidor na hora de escolher onde aplicar. "Se o investidor não tem tempo ou conhecimento suficiente para acompanhar o mercado, talvez seja mais interessante ter um gestor para auxiliar na tomada de decisão", avalia.

Ao aplicar num ETF, o investidor terá de arcar com uma taxa de corretagem, que será fixada por corretora, e com os emolumentos da BM&FBovespa. O imposto de renda será recolhido apenas na venda das cotas e quando o lucro ultrapassar 20.000 reais. Nesse caso, será aplicada uma alíquota de 15%. Mas vale lembrar que para cálculo do imposto de renda o investidor deve somar os ganhos obtidos com todas as operações realizadas na Bolsa no mês, incluindo ações e fundos de índices.

Nos fundos iShare Ibovespa e iShare BM&FBovespa MidLarge Cap incidirá, ainda, uma taxa de administração de 0,54% ao ano, enquanto nos fundos iShare BM&FBovespa Small Caps o percentual será de 0,69% ao ano. Para reduzir os custos para os investidores, o Barclays poderá alugar até 30% da carteira do fundo, incorporando a renda obtida ao patrimônio.

iShares PIBB Fundo PIBB Fundos de ações
Aplicação mínima100 cotas*100 cotas*variávelvariável
Taxa de administração0,54% e 0,69%0,059%1,30%**2,30%**
Outros custosEmolumentos e taxa de corretagemEmolumentos e taxa de corretagemNão temTaxa de performance, se houver
Imposto de RendaIsento para ganhos até R$ 20.000. Acima disso, incide alíquota de 15%Isento para ganhos até R$ 20.000. Acima disso, incide alíquota de 15%15% sobre o rendimento, aplicado no resgate15% sobre o rendimento, aplicado no resgate
* Equivalente a um lote-padrão. É possível negociar valores menores no mercado fracionário
* *média
Fontes: BM&FBovespa, Anbid e bancos

Sucesso mundial

Lançados em 1989 nos Estados Unidos, os ETFs se espalharam pelo mundo. Nos últimos quatro anos, o crescimento superou os 600%, alcançando um volume médio diário de negociação de 40 bilhões de dólares. Hoje, são negociados 449 ETFs na Bolsa de Nova York, chegando a representar até 40% do volume total de negócios. A princípio, os fundos de índices foram direcionados a investidores institucionais, mas rapidamente conquistaram a preferência das pessoas físicas. E, ao contrário do que se poderia imaginar, foi exatamente nesse momento de grande turbulência no mercado financeiro que os investidores se sentiram mais atraídos pelos produtos. "Isso se deve à aversão a risco. Como os fundos permitem uma grande diversificação de carteira, a procura vem crescendo", explica Murilo Robotton Filho, diretor de Produtos da BM&FBovespa.

No Brasil, como os fundos de índices ainda são novidade, o volume de negócios é bastante reduzido. Para evitar que os investidores não consigam comprar ou vender cotas, o Citibank atuará como formador de mercado, garantindo as operações e ajudando na formação de preços.

Fundos de Índices no mundo
(número de negócios - em mil)

Fundos de Índices no mundo
(volume negociado - US$ bilhões)

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