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Em busca dos dividendos

Para quem tem muita paciência

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

As ações vêm brilhando em rentabilidade nas últimas semanas, deixando outros investimentos para trás. No longo prazo, porém, seu brilho é empanado por períodos de baixa. Mas há uma exceção: os fundos de dividendos, um tipo menos conhecido de aplicação em ações. Seus gestores escolhem a dedo alguns papéis de poucas empresas que separam sistematicamente uma parte do lucro para remunerar os acionistas. Com essa política, os fundos renderam mais de 20% em média nos últimos anos, período no qual o Ibovespa se manteve negativo. Neste ano, a maioria deles vem rendendo acima de 30% (veja gráfico ). Além de buscar rentabilidade, os fundos de dividendos tendem a ser mais estáveis que outros investimentos em ações. Os gestores evitam os papéis mais negociados do mercado, como os dos setores de telecomunicações (40% do Ibovespa), petróleo (12%) e energia (10%).

Essas ações são a porta de entrada -- e de saída -- do investidor estrangeiro na bolsa brasileira, daí sua variação de preços ser grande. "Queremos que nosso fundo seja visto como um ativo real, do mesmo jeito que os imóveis", diz Ricardo Magalhães, gestor de renda variável do Mellon Global Investments, empresa de gestão de recursos com sede no Rio de Janeiro. "A diferença é que o aluguel são os dividendos." As ações selecionadas pelos gestores pertencem a um grupo seleto da bolsa, que reúne cerca de 30 companhias -- entre elas Caemi, CSN, Fosfértil, Gerdau, Marcopolo, Sabesp, Souza Cruz, Usiminas e Vale do Rio Doce. O investidor encontra esse tipo de aplicação em bancos de diferentes portes -- grandes, como Banco do Brasil e Unibanco; médios, como Safra e Sudameris (prestes a ser incorporado pelo ABN Amro Real); e pequenos, como BBM e Mellon. O requisito para os candidatos ao investimento é uma paciência maior que a do aplicador médio de bolsas. As ações dos fundos de dividendos pertencem a empresas maduras, que não tendem a se valorizar rapidamente. "Esses fundos não são feitos para investidores muito agressivos", diz Valmir Celestino, gestor de renda variável do banco Safra. "O ideal é esperar pelo menos um ano para ver os resultados."

Veja também

LUCRO NA BOLSA
Os fundos de dividendos apresentaram desempenho melhor
que o do Índice da Bolsa de Valores de São Paulo nos últimos anos rentabilidade
média, em %
Ano
Fundos de dividendos
Ibovespa
2000
5,9
-10,7
2001
23,4
11
2002
24,9
-17
2003*
45,8
41,1
*Até 5/setembro

Fonte: Anbid

Diversificação na bolsa
Os fundos de dividendos são uma modalidade
de investimento em ações pouco conhecida. Seus gestores investem em papéis
de empresas conhecidas por distribuir boa parte dos lucros aos acionistas.
Veja quais são eles e quanto renderam nos últimos anos. Compare seu desempenho
com a variação do Índice da Bolsa de Valores de São Paulo
Rentabilidade (%) Patrimônio (R$ milhões) Cotação EXAME** Principais ações em que investem
2003*
2002
2001
2000
BB Ações Dividendos
48,8
21,6
N/E
N/E
18,0*Caemi, CSN, Fosfértil, Gerdau, Marcopolo, Souza Cruz, Usiminas
e Vale do Rio Doce
BBM Dividendos
48,6
33,9
35,1
-1,9
16,2****
Mellon Income
49,0
25,6
28,1
7,8
12,5***
Safra Multidividendos
53,4
16,7
18,2
16,0
91,0****
Sudameris Dividendos
46,8
28,2
11,0
1,8
9,3*****
Unibanco Private Dividendos
28,2
23,4
24,5
N/E
13,1*
Índice Bovespa
41,1
-17,0
-11,0
-10,7
Renda fixa (CDI)
16,5
19,1
17,3
17,3
*Até 5 de setembro
**Avaliação do Guia EXAME - Os Melhores Fundos de
Investimento 2003, com base em dados de junho/2002 a junho/2003
N/E = Não existente
Fontes: Anbid/Economática/Bancos
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