Dez coisas que um universitário deve saber sobre dinheiro
Também conhecida como "senhora da realidade", a professora de finanças da Stanford Mary Morrison repassa os conselhos que dá aos alunos que estão se formando
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.
Em sua experiência como professora de finanças pessoais há 12 anos na universidade de Stanford, nos Estados Unidos, Mary Morrison já viu de tudo: desde a jovem estudante que pensava que “férias remuneradas” significavam viagem e lazer por conta do patrão ao aluno que sumariamente desconhecia a cobrança de encargos como conta de água. A professora presenciou inclusive a tentativa de uma estudante denunciar o governo à polícia, por considerar que parte do seu salário era retido sem qualquer compromisso de devolução.
Diante dessa bagagem, alguns alunos sugeriram que Mary, também conhecida como "senhora da realidade", escrevesse um livro detalhando todos os cuidados financeiros que um estudante deveria ter assim que saísse da faculdade. Embora não tenha seguido à risca esse conselho, Morrison dividiu com o site da "Forbes" as dicas que considera mais importantes para aqueles que estão prestes a entrar no mercado.
"Algumas pessoas chegam aqui sem saber absolutamente nada", ela diz. "E eu realmente temo por elas - e suas atitudes estúpidas". Como se vê, os 200 estudantes com os quais Mary Morrisson lida todos os anos recebem doses cavalares de amor e honestidade. Experiência descrita por eles como engraçada e aterrorizante ao mesmo tempo.
Conheça a lista elaborada pela professora da Stanford com todas as coisas que um aluno deve saber sobre dinheiro antes de abandonar o mundo universitário:
1. Não tome decisões de carreira baseado em quantias
Pense na figura como um todo. "Um salário de X dólares em Nova York, não é o mesmo que a mesma quantia em Kansas. Você deve avaliar o que busca além de realização profissional e quais são as vantagens dessas decisões", diz Mary Morrison. Saiba a diferença entre os benefícios práticos e aqueles que parecem irresistíveis antes de aceitar uma oferta de trabalho. "Você pode achar que é bacana ter a liberdade de atirar um Frisbee no corredor do seu trabalho, mas o que é isso comparado com a possibilidade de cobertura médica e dentária?", ela pergunta.
2. Saiba quanto você deverá ter para começar a vida
Em muitas situações, o aluguel de um apartamento irá demandar depósito prévio. Também é provável que você precise de um serviços de transporte caso esteja mudando de cidade. Vale lembrar, no entanto, que será necessário esperar quatro semanas até colocar as mãos no primeiro salário. "Você deve estar ciente do que vai precisar para viver antes disso", afirma Morrison. "Até porque não são muitos os pais que podem dar aos seus filhos um cheque de 3.000 dólares para cobrir essas despesas."
3. Conheça o seu salário líquido – ele não é tão alto quanto você pensa
Apure as informações que deverão ser prestadas na declaração de renda. A partir daí, será possível saber a quantidade de imposto deduzido do seu pagamento. Não comprometa seu orçamento sem saber quais são os seus limites e gastos reais. "Salário e dinheiro na mão definitivamente não são a mesma coisa", afirma Morrison. "Você e o vizinho casado da porta ao lado, pai de três crianças, não terão orçamento semelhante para uma mesma remuneração", completa.
4. Seja realista com suas despesas
"Depois da faculdade, a vida não é uma grande festa, com comida compartilhada com seu companheiro de quarto à qualquer hora da noite", sustenta a professora. Devem ser consideradas as despesas com transporte, medicamentos, comida, entretenimento e possíveis incidentes. Planeje tudo. De fato, Morrison costuma fazer compras de 50 dólares no supermercado e levar os itens para a sala de aula para mostrar aos alunos que pretendem gastar essa quantia semanalmente com comida o que o dinheiro realmente pode comprar. "Você não vai viver só de arroz e feijão. Eventualmente irá a uma lanchonete ou comprará um café", diz. Não é preciso se privar do que gosta. Basta ser realista. "Eu não me importo que você opte por se alimentar com ração de cachorro", afirma a professora. "Apenas saiba o quanto isso custa."
5. Entenda o fluxo de caixa
Saiba não apenas exatamente o quanto você receberá, mas precisamente quando. Mais importante do que isso, quando suas contas irão chegar.
6. Mantenha uma conta de emergência
Imprevistos acontecem e você raramente será uma exceção. "Você ficará doente. Você ficará machucado. Em suma, a vida será o que ela é para todo mundo", diz Morrison. Esteja preparado - emocional e financeiramente - para essa realidade.
7. Use sempre o cartão de débito, não o de crédito
Esta deve ser uma regra inflexível.
8. Faça um seguro de aluguel
Quando você estiver no imóvel, fique atento às opções de seguro oferecidas pelo proprietário. Nunca confie em acordos firmados informalmente. Se proteja financeiramente de um “colega que pode fugir para Porto Rico”, como Morrison alerta, com um seguro ou depósito legal.
9. Comece imediatamente a pensar na aposentadoria
"Até quando sua contribuição é devagar e modesta, ela fará uma grande diferença lá na frente", afirma a professora. Você pode até sentir falta dos 50 dólares que poupar mensalmente, mas esse montante irá crescer progressivamente e pode inclusive salvá-lo de um momento de pânico mais tarde.
10. Não tenha medo de investir
"Eu digo aos meus alunos que poupanças são um investimento de risco, porque você está apostando que não haverá inflação", afirma Morrisson. Tenha outras aplicações em vista. E diversifique, diversifique e diversifique.