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Depois da Caixa, bancos privados preparam crédito imobiliário prefixado

Bancos privados entendem que há mais segurança para crédito imobiliário sem o risco da inflação

Imóveis: Caixa anunciou o crédito imobiliário prefixado com taxas entre 8% e 9,5% ao ano (Germano Lüders/Exame)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de fevereiro de 2020 às 12h44.

Os bancos Bradesco e Santander estudam lançar linhas de crédito imobiliário com juros prefixados, na esteira do anúncio feito nesta quinta-feira, 20, pela Caixa Econômica Federal, apurou o jornal O Estado de São Paulo/Broadcast. Diferentemente da modalidade com lastro no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), no prefixado os concorrentes privados já mostram apetite: entendem que há mais segurança para emprestar sem o risco da inflação.

A Caixa anunciou o crédito imobiliário prefixado com taxas entre 8% e 9,5% ao ano para clientes do banco, como antecipou na semana passada o jornal O Estado de São Paulo/Broadcast. A meta da instituição é liberar R$ 10 bilhões no primeiro ano da medida.

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"Para a pessoa física, o crédito imobiliário com lastro no IPCA gera risco. Já na modalidade com juros prefixados gera segurança. Faz mais sentido", diz o diretor de um grande banco, na condição de anonimato.

Na prática, o crédito imobiliário sem correção não é uma novidade. Há menos de dez anos, os bancos lançaram a alternativa amparados na queda dos juros básicos no País. No entanto, como o movimento não foi consistente e as taxas voltaram a subir, essas instituições se viram obrigadas a acabar com as linhas, sob o risco de descasamento do funding (quanto os bancos pagam para captar) com financiamentos de longo prazo, que chegam a 30 anos como é o caso do imobiliário.

"A aceitação do crédito prefixado não é muito grande. É a modalidade mais cara, mas é a mais segura de todas. Não tem risco", diz outro executivo de banco.

O maior interesse dos bancos privados pelo financiamento prefixado sinaliza que a Caixa deve ter concorrentes rapidamente. O cenário difere do crédito imobiliário com lastro no índice de inflação, o IPCA. Por ora, o único que se arriscou entre os grandes concorrentes foi o Banco do Brasil, que lançou em dezembro a modalidade. "Há sinais de que a inflação será mais alta no ano que vem, com ritmo de crescimento do País mais acelerado. Aí tem o risco de bater na inadimplência", diz a fonte.

Os bancos privados chegaram a estudar o crédito com IPCA, mas até agora não se inclinaram a investir no produto. A leitura é de que há mais risco para o mutuário e, portanto, a modalidade deve se restringir ao público de alta renda, que teria recursos em um eventual repique da inflação.

Quanto ao lançamento da modalidade com juro prefixado, o BB diz que constantemente estuda oportunidades em linha com a concorrência, buscando atender às necessidades dos clientes.

O Itaú Unibanco informou que "está sempre atento aos movimentos do mercado e estuda todas as possibilidades para oferecer produtos e serviços que beneficiem os clientes". Com relação às modalidades de IPCA e sem correção, o banco diz que não tem planos de operar no curto prazo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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