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Daniel Dantas, dono do Opportunity, é preso pela Polícia Federal

Banqueiro é suspeito de comandar organização criminosa responsável por lavagem de dinheiro e desvio de verbas públicas

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

O banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, foi preso pela Polícia Federal em sua residência, no Rio de Janeiro, na manhã desta terça-feira (8/7). Dantas é acusado pelos agentes federais de comandar "uma grande organização criminosa, envolvida em diversos crimes" - termos do comunicado da PF. Segundo a PF, "para a prática dos delitos, principalmente desvio de verbas públicas, o grupo possuía várias empresas de fachada". O ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, e o investidor Naji Nahas também foram detidos.

As prisões fazem parte da Operação Satiagraha, que investiga um esquema de desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro. Cerca de 300 policiais cumprem 24 mandados de prisão e 56 de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador. A sede do Opportunity, no Rio, é um dos alvos das buscas de documentos pelos agentes.

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De acordo com o blog do jornalista Lauro Jardim, no site da revista Veja, dez diretores do Opportunity também foram presos. Entre eles, estão Verônica Dantas, irmã e sócia do banqueiro; Arthur Carvalho, cunhado de Daniel Dantas; Dório Ferman; Eduardo Penido; Danielle Silbergleid; Maria Amália Coutrim; e Humberto Braz. Detidos no Rio, todos serão transferidos para São Paulo, de onde a operação é coordenada.

Ecos do mensalão

De acordo com a PF, a Operação Satiagraha é um desdobramento das investigações do mensalão, suposto esquema de compra de votos que sacudiu o primeiro mandato do governo Lula. A PF afirma que, a partir da investigação do esquema montado pelo publicitário mineiro Marcos Valério para intermediar e desviar recursos públicos, os agentes descobriram um segundo grupo de empresários e doleiros responsáveis pela lavagem do dinheiro. Além de fraudes no mercado de capitais, baseadas, sobretudo, no recebimento de informações privilegiadas, o grupo atuaria também no mercado paralelo de câmbio.

O comunicado da PF afirma que os presos devem ser indiciados por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal e formação de quadrilha. Eles permanecerão na carceragem da Superintendência Regional da PF em São Paulo.

"Retrocesso"

O advogado Nélio Machado, que representa Daniel Dantas, criticou a prisão de seu cliente. Segundo Machado, a prisão teria sido realizada por "vingança", pois o banqueiro manteve ligações com uma gestão anterior da prefeitura paulistana. "As investigações tiveram um foco pré-ordenado para atingir um empresário que por alguma razão poderia ter tido algum tipo de ligação com o governo anterior", afirmou. "É uma especulação, mas não posso deixar de tecer especulações, em um momento como esse", disse.

Machado declarou, ainda, que a prisão de Dantas "é um retrocesso" e equivale às medidas judiciais do "tempo da Inquisição, da Idade Média". Para o advogado, a detenção "não tem explicação razoável ou plausível".

Com informações da Agência Estado, Agência Brasil e Agência de Notícias da PF.

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