Cuidado, você está mais otimista para se aposentar que um japonês
Ranking mundial mostra que os brasileiros estão menos preparados para a aposentadoria, mas otimistas demais em relação ao mundo. Veja como se planejar
Júlia Lewgoy
Publicado em 6 de junho de 2017 às 05h00.
Última atualização em 6 de junho de 2017 às 05h00.
São Paulo - Você acha que está mais preparado para a aposentadoria do que um australiano, um canadense ou um japonês, mas na verdade não está. A perigosa conclusão é do Índice Aegon de Preparo para a Aposentadoria, que mostrou que os brasileiros estão mais otimistas para se aposentar que a média global.
Só os indianos e os americanos, nessa ordem, se consideram melhor preparados que os brasileiros, segundo o ranking mundial do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon. Na contramão do mundo, o Brasil caiu no ranking de preparo para a aposentadoria de 2016 para cá.
O estudo entrevistou pessoas de diferentes níveis de renda, educação e idade de 15 países, para medir o quanto que a população se considera preparada para a aposentadoria, a partir de diversas perguntas. Nenhum país ficou com nota acima de 8, nível considerado elevado pelos pesquisadores. Confira o ranking completo:
País | Pontuação no ranking (de 0 a 10) |
---|---|
Índia | 7,6 |
Estados Unidos | 6,9 |
Brasil | 6,4 |
China | 6,3 |
Reino Unido | 6,2 |
Austrália | 6,1 |
Canadá | 6,1 |
Alemanha | 6 |
Holanda | 5,8 |
Turquia | 5,5 |
Polônia | 5,3 |
França | 5,2 |
Hungria | 5,1 |
Espanha | 5,1 |
Japão | 4,7 |
Média global | 5,9 |
Aposentadoria no Brasil
A pontuação do Brasil no Índice Aegon de Preparo para a Aposentadoria caiu de 6,71 em 2016 para 6,43 em 2017. Isso significa que os brasileiros estão menos otimistas quanto ao futuro, diante da recessão econômica e da proposta de reforma da previdência , que ampliaram as incertezas.
A pesquisa mostrou que os brasileiros contam demais com o INSS : esperam que 49% da sua receita ao se aposentar venha da previdência pública, 28% de investimentos próprios, como planos de previdência privada , e 23% do empregador, por meio de planos de previdência corporativos.
“Do jeito como está, nossa previdência pública é muito generosa em comparação com o mundo. Somos otimistas demais, contamos muito com o INSS e nos planejamos menos do que deveríamos para a aposentadoria”, explica Leandro Palmeira, superintendente de projetos estratégicos do Grupo Mongeral Aegon.
O relatório também apontou que 52% dos brasileiros se sentem responsáveis por garantir renda suficiente para a aposentadoria, mas apenas apenas 21% afirmam que têm um plano muito bem desenvolvido e só 16% dizem estar muito bem preparados.
Como planejar a aposentadoria
O ideal é começar a poupar para a aposentadoria assim que você entrar no mercado de trabalho. Quanto antes começar, menores podem ser os aportes mensais.
Apesar de a previdência privada ser quase sinônimo de aposentadoria, o Tesouro Direto também é apontado por especialistas como um investimento indicado para juntar dinheiro por um longo período.
O ideal é escolher investimentos cuja rentabilidade acompanhe a variação da inflação oficial, medida pelo IPCA . Assim, é certo que seu dinheiro ganhará valor com o passar do tempo.
O Tesouro Direto pode oferecer retornos maiores que a previdência privada. Isso porque em fundos de previdência, você pode perder rentabilidade ao pagar altas taxas de administração e de carregamento. Para aposentadoria, escolha títulos com prazos de vencimento longos do Tesouro IPCA.
A vantagem de investir na previdência privada é que o gestor do fundo toma decisões de investimento por você e pode aproveitar movimentos de mercado. Tome cuidado para escolher o plano de previdência mais adequado ao seu perfil.