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Crédito imobiliário tem o melhor ano desde 1988

Pela primeira vez em quase duas décadas, número de unidades financiadas superou 100.000 imóveis

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.

O mercado imobiliário viveu seu melhor ano em quase duas décadas, de acordo com a Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Em 2006, foram financiados 115.523 imóveis. Trata-se da primeira vez, desde 1988, que o indicador fica acima das 100.000 unidades. O volume também é 89% maior que as 61.121 unidades financiadas em 2005. Em valores, os contratos somaram 9,5 bilhões de reais - uma expansão de 95,5% sobre o ano retrasado.

O desempenho superou as expectativas da Abecip que, no início de 2006, projetava menos de 100.000 unidades financiadas, com um total de 8,5 bilhões de reais. Ao longo do ano, porém, as medidas adotadas pelo governo para estimular a construção civil refletiram no mercado imobiliário. Construtores e incorporadores começaram a apresentar números de vendas maiores que o esperado. Somente na cidade de São Paulo, foram vendidas 22.264 unidades em 2006 de janeiro a outubro (últimos dados disponíveis) - uma alta de 17% sobre os 18.980 imóveis do ano anterior -, o que gerou uma receita de 6,84 bilhões de reais, 14% maior que em igual período de 2005. De acordo com o Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), 2006 deve ter encerrado com vendas de 27.100 unidades e 8,25 bilhões de reais, 14% e 11% maiores, respectivamente, que os dados de 2005.

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Medidas

Entre as medidas baixadas pelo governo no ano passado, estão a redução do IPI de vários materiais de construção, o financiamento com prestações fixas para imóveis até 350 mil reais, e o crédito consignado para aquisição de moradia.

Os dados da Abecip referem-se apenas aos contratos imobiliários cuja fonte de recursos é a caderneta de poupança. O ano passado também assistiu ao aporte de 6,8 bilhões de reais para o financiamento habitacional, oriundos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Assim, o volume total de recursos destinados para o Sistema Financeiro da Habitação (SFH) alcançou 16,3 bilhões de reais - também o maior dos últimos 20 anos.

A queda da inadimplência foi outro item que animou o mercado imobiliário e os agentes de crédito. Em dezembro de 2006, 6,2% dos mutuários possuíam três ou mais prestações em atraso. No mesmo mês de 2005, a taxa era de 8,5% e, em igual período de 2004, chegou a 9,7%.

Perspectivas

Segundo a Abecip, se o cenário de estabilidade econômica se mantiver, 2007 pode encerrar com números ainda maiores. A expectativa da associação é que o financiamento imobiliário totalize de 10,5 a 11 bilhões de reais neste ano. O montante seria suficiente para contratar entre 130.000 e 150.000 unidades. Isso significaria a queda do valor médio financiado por imóvel, um indício de que o crédito atingiria mutuários de menor renda.

Desde 2004, o valor médio das operações está crescendo. Naquele ano, a cifra foi de 55.779 reais por unidade, subindo para 79.385 reais em 2005. Em 2006, o valor chegou a 82.117 reais, ou 3,44% mais. O aumento, porém, foi inferior a alguns indicadores do setor. O Custo Unitário Básico de construção (CUB), no estado de São Paulo, por exemplo, fechou o ano com alta acumulada de 4,28%. Já o Índice Nacional da Construção Civil (INCC), apurado pelo IBGE, ficou em 5,13%.

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