As companhias de seguros americanas são o novo alvo da Securities and Exchange Commission (SEC), órgão do governo americano que controla o mercado de capitais, equivalente à Comissão de Valores Mobiliários brasileira (leia reportagem de EXAME sobre os guardiões do mercado de ações e da concorrência no Brasil). Reportagem do americano The Wall Street Journal desta segunda-feira (8/11) informa que a SEC e o procurador-geral de Nova York, Eliot Spitzer, lançaram investigações sobre produtos financeiros ofertados pela seguradoras que propiciam que as empresas maquiem os balanços financeiros.

Os produtos na mira da SEC e de Spitzer foram concebidos para parecer seguros, mas em alguns casos não passam de mecanismos de engenharia financeira para que as declarações contábeis de receita das corporações sejam subdimensionadas. Ambas as investigações são amplas, diz o jornal, e atingem a indústria de seguros como um todo. Embora tenham sido iniciativas separadas, o procurador e membros da SEC já discutiram como compartilhar informações e recursos para acelerar o trabalho.

O processo dá seqüência a análises dos últimos anos, conduzidas pela SEC, sobre como grandes bancos e firmas de Wall Street teriam auxiliado a Enron a ocultar, com transações altamente sofisticadas, bilhões de dólares em empréstimos. A seguradora American International Group (AIG), que já pagou multa de 10 milhões de dólares em 2003, foi notificada em setembro deste ano de que será alvo de júri federal sobre "seguros não tradicionais" comercializados pela companhia.