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Como o colarinho rouba seu bolso, além de boa parte do chope

Você pode estar pagando mais do que consumiu e bebendo mais espuma do que deveria

Chope: Pesquisa mostra que alguns bares servem menos cerveja em torres de chope do que o previsto no cardápio (Thinkstock/Hyrma/Reprodução)

Júlia Lewgoy

Publicado em 26 de maio de 2016 às 05h00.

São Paulo – Até para tomar um chopinho é preciso ficar esperto. Você pode estar pagando mais do que consumiu e bebendo mais espuma do que deveria.

Uma pesquisa realizada pela Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) mediu o volume de chope oferecido em bares no Rio de Janeiro . A conclusão? Alguns estabelecimentos servem menos cerveja do que o que foi prometido no cardápio.

O grande xis da questão está no colarinho, como explica a coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci. “O certo é colocar o chope até o limite de marcação da torre, e não contar o colarinho como parte da bebida”, explica.

A diferença pode chegar a quase um litro. Em um dos bares analisados, o cardápio assegurava 3 litros de chope, mas o real volume servido na torre era de 2,18 litros, quase um terço a menos do que o prometido. Dos dez bares analisados, três ofertaram menos cerveja do que deveriam.

O interessante é que, mesmo servindo menos chope, todas as torres vinham com indicação de volume à mostra. Ou seja, pode ser mais fácil do que você imagina controlar se você está sendo enganado.

O estudo também denunciou que há cardápios que não esclarecem o volume de cerveja que será oferecido. No entanto, o Código de Defesa do Consumidor diz que a informação adequada e clara de qualquer produto ou serviço é um direito do cliente. Além disso, você precisa saber o quanto de cerveja virá para poder decidir se pedirá a torre ou um simples chope no copo.

O que fazer se vier chope a menos?

No boteco, se você se sentir lesado, tem todo o direito de pedir a complementação da medida de cerveja que falta. Você também pode pedir o abatimento proporcional do preço ou o seu dinheiro de volta. “O importante é não pagar pelo que você não consumiu”, diz Maria Inês, da Proteste.

Se o bar se recusar a agir conforme essas orientações, tire foto do cardápio e da torre de chope para poder denunciar o estabelecimento em órgãos de defesa do consumidor como a Proteste e o Procon de sua cidade.

Antes de fazer o pedido, também é bom fazer a conta para ver se a torre de chope vale a pena ou se a tradicional tulipa é mais em conta. A conta é simples: divida o volume da torre pelo da tulipa e multiplique esse valor pelo preço da tulipa. Se o resultado for maior que o preço da torre, é mais barato pedi-la. Se for menor, a tulipa sai mais em conta.

O que mais fazer para economizar com cerveja?

A torre de chope pode ser mais cara do que a tulipa e você ainda corre o risco de não ter o volume de cerveja prometido. Além dessas desvantagens, o chope perde temperatura e gás mais rápido, como explica a sommelier de cervejas Júlia Reis, professora da Sinnatrah Cervejaria-Escola.

Ela garante que o universo de cervejas artesanais pode garantir um custo-benefício melhor. “Precisamos derrubar esse mito de que cerveja artesanal é cara”, diz Júlia. Segundo a sommelier, a forma mais barata de consumir cerveja é fazer a própria bebida. Produzir um litro de uma cerveja de boa qualidade em casa pode custar cerca de cinco reais.

Mas se você não quiser ter trabalho nenhum, Júlia dá as manhas. Comece olhando para o rótulo. Quanto mais altos são os níveis de álcool e de lúpulo da cerveja, mais cara ela será.

Júlia também explica que, em geral, é mais barato consumir cerveja artesanal em copo de chope do que em garrafas. Também é mais em conta ir a cervejarias especializadas do que a restaurantes ou bares comuns para beber cerveja, por conta dos custos operacionais que esses lugares têm.

Se estiver entre amigos, comprar barris de 20 litros direto dos fornecedores também pode ser mais vantajoso.

São Paulo - Um ranking do Euromonitor mostra quais são as marcas de cerveja mais vendidas do mundo. Os números mostram aquelas com o maior market share global.  Como as vendas são em números absolutos, o ranking é dominado por marcas chinesas (já que contam com um mercado na casa do bilhão) nada famosas por aqui.  Mesmo assim, há marcas mais conhecidas dos brasileiros, como Skol, Brahma e Heineken. Segundo a Business Insider, até 2020 o mercado de cervejas vai crescer ainda mais e gerar 688,4 bilhões de dólares. Confira, nas imagens, as dez marcas mais vendidas.
  • 2. 1. Snow

    2 /12(Doug Kanter/Bloomberg)

  • Veja também

    País: China Market share: 5,4%  É a cerveja mais popular do mundo (em vendas), mas vendida quase que apenas na China. É bem desconhecida fora do país. Desde 2005, cresceu 573% em vendas. Lager, com 4% de teor alcoólico, seus donos são um joint venture entre a SABMiller e a China Resources Enterprise.
  • 3. 2. Tsingtao

    3 /12(Rob Kim/Getty Images for NYCWFF)

  • País: China Market share: 2,8% Fundada por alemães em Hong Kong em 1916, a Tsingtao Brewery Co. produz a segunda maior cerveja do mundo. No país, é costume tomá-la em copos com gelo.
  • 4. 3. Bud Light

    4 /12(Reprodução)

    País: EUA Market share: 2,5% A versão light da Budweiser é mais popular que a própria. Foi criada em 1982.
  • 5. 4. Budweiser

    5 /12(Getty Images)

    País: EUA Market share: 2,3%  A cerveja lager foi introduzida nos EUA nos anos 1800 pela Anheuser-Busch.
  • 6. 5. Skol

    6 /12(PEDRO RUBENS)

    País: Reino Unido/Canadá/Suécia/Bélgica (originalmente) Market share: 2,1% Hoje fabricada pela AB InBev, a cerveja foi criada na Europa em 1959 e é do tipo pilsen.
  • 7. 6. Yanjing

    7 /12(Wikipedia)

    País: China Market share: 1,9% Criada na China em 1980, é fabricada pela Beijing Yanjing Brewery Co.
  • 8. 7. Heineken

    8 /12(Divulgação)

    País: Holanda Market share: 1,5% Fundada em 1864 por Gerard Heineken, na Holanda. É uma das lager premium do mercado, com 5% de teor alcoólico.
  • 9. 8. Harbin

    9 /12(Natalie Behring/Bloomberg News)

    País: China Market share: 1,5% Segundo a marca, é a cervejaria mais antiga da China. Hoje é controlada pela Anheuser-Busch InBev. É uma lager de 4,8% de teor alcoólico.
  • 10. 9. Brahma

    10 /12(Reprodução)

    País: Brasil Market share: 1,5% Criada em 1888 no Brasil, hoje é comandada pela Anheuser-Busch InBev. A lager tem 4,3% de teor alcoólico.
  • 11. 10. Coors Light

    11 /12(Chris Ratcliffe/Bloomberg)

    País: Canadá Market share: 1,3% A versão light da marca é uma lager de 4% de teor alcoólico e foi criada em 1978. Além do Canadá, é bem popular nos EUA e no Reino Unido.
  • 12. Agora confira as marcas mais autênticas

    12 /12(Noel Hendrickson/Thinkstock)

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