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Casa de análise Levante planeja gestora de ETF para pessoa física em 2021

ETFs são fundos negociados em bolsa, que em alguns casos acompanham índices referência como o Ibovespa ou o norte-americano S&P 500, no caso de ações

Casa de análise Levante: Levante já está trabalhando na formação da equipe da gestora, que será segregada da área de análise (Divulgação/Reuters)
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Reuters

Publicado em 30 de outubro de 2020 às 14h40.

Uma gestora de ETFs com foco em investidores pessoas físicas está nos planos da casa de análise de investimentos e de educação financeira Levante para o primeiro trimestre de 2021, quando espera também retomar o projeto de abrir o capital.

Os ETFs são fundos negociados em bolsa, que em alguns casos acompanham índices referência como o brasileiro Ibovespa ou o norte-americano S&P 500, no caso de ações.

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"O Brasil está atravessando uma mudança muito importante (do ponto de vista de investimentos) e acreditamos que o movimento de ETF que aconteceu no exterior acontecerá no Brasil", disse o cofundador da Levante Felipe Bevilacqua.

O número de investidores com posição em custódia em ETFs na B3 cresceu forte neste ano, chegando a 245 mil, mas ainda está bastante distante dos mais de 3 milhões de investidores ativos que B3 registrou em setembro.

No mês passado, o volume negociado em ETFs de renda variável somou 28,6 bilhões de reais, com 3.869.569 de negócios, um salto em relação ao mesmo período de 2019 (11,7 bilhões de reais e 729.485 negócios), mas uma fração dos dados da bolsa.

 

No mercado de ações da B3, o volume médio diário ficou em torno de 28 bilhões de reais em setembro.

Nos Estados Unidos, dados da Nyse mostram 2.373 ETFs listados nos em 2020 até 30 de setembro, com a média diária das transações em 110,8 bilhões de dólares.

"O volume no Brasil ainda é muito pequeno", acrescenta Bevilacqua, chamando a atenção para o número reduzido disponível atualmente na bolsa - 17 de renda variável e 6 de renda fixa.

Ele argumenta que se trata de um produto ainda muito voltado para investidores institucionais, mas que, com a mudança estrutural nos juros - "mesmo que suba, continuará em patamares civilizados" - tem espaço para crescer na pessoa física.

Dados da B3 endossam tal percepção, com a participação dos investidores institucionais no volume negociado de ETF alcançando 36,2%, enquanto a fatia de pessoas físicas e investidores individuais era de 13,6% em setembro.

"Vamos fazer exclusivamente para o varejo, esse é nosso foco", afirmou. "Nossa forma de atuação é muito mais próxima do cliente final, tendo uma conversa diária com eles, e a educação financeira e o conteúdo disso é super importante."

Bevilacqua enfatizou que a operação da gestora será completamente separada da casa de análise, acrescentando que o foco será na gestão passiva, seguindo outros índices, para deixar clara a independência dos dois negócios.

Além da taxa de juro baixa, ele cita a estrutura mais competitiva de ETFs passivos como um componente adicional para atrair esses investidores, uma vez que o fato de seguir outro índice permite uma equipe mais enxuta.

A Levante já está trabalhando na formação da equipe da gestora, que será segregada da área de análise, inclusive fisicamente. Em um primeiro momento, seis profissionais devem entrar na empresa, que hoje conta com 60 colaboradores.

Também estão sendo tomadas as providências regulatórias, entre outras medidas. Bevilacqua afirmou que a gestora já tem o chamado 'seed money' para o primeiro projeto que está sendo estruturado, mas não detalhou.

IPO

Em relação ao IPO, ele afirmou que os planos foram adiados em razão do mercado mais conturbado por causa da pandemia da Covid-19, mas que eles devem ser retomados em 2021.

Em outubro do ano passado, quando Bevilacqua conversou com a Reuters sobre os planos do IPO, afirmara que a Levante já havia cumprido praticamente todas as regras exigidas para obter a listagem na bolsa e que já conversava com bancos.

"O IPO deve acontecer no fim do primeiro semestre de 2021... Será a primeira casa de análise a fazer IPO no Brasil", afirmou.

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