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Boas notícias para economia atrapalham a previdência privada, diz FT

Queda da Selic e aquecimento da economia criam novos desafios para manter a rentabilidade das carteiras privadas de previdência

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Os administradores brasileiros de fundos privados de previdência enfrentam um ano irônico, segundo o jornal britânico Financial Times. As notícias consideradas boas para a economia em geral estão atrapalhando o desempenho das carteiras de investimento, a ponto de 76% dos fundos previdenciários não terem alcançado suas metas no primeiro semestre (veja, no Guia EXAME, os fundos que mais se destacaram neste ano).

A queda da taxa básica de juros (Selic) é a primeira notícia positiva que se transformou em problema para o setor. A Selic é a referência para a remuneração dos CDIs, principal papel comprado pelos fundos. Os juros, que estavam em 26,5% em fevereiro do ano passado, baixaram para 16,25% ao ano. Conforme o Financial Times, embora o recuo dos juros estimule os investimentos produtivos e a criação de empregos, para os administradores de previdência privada, isso os obriga a diversificar as carteiras e buscar novas fontes de rentabilidade.

A pressão por alternativas rentáveis de investimento para o patrimônio do fundo aumenta ainda mais, porque as próprias metas de desempenho das carteiras cresceram em 2004. Segundo o Financial Times, isso aconteceu porque muitos fundos privados atrelam suas metas de rentabilidade a índices de preços. Uma prática comum neste mercado é oferecer ao investidor uma remuneração igual à inflação mais seis pontos percentuais. O índice mais usado pelos administradores de carteiras é o IGP-M, que, neste ano, deve acumular alta de 12,6%, contra os 7,3% do ano passado. A ironia, neste caso, é que parte da inflação de 2004 é alimentada pela demanda maior dos consumidores, fruto do crescimento econômico.

Há duas estratégias para lidar com o novo cenário brasileiro. A primeira é simplesmente aceitar perdas para evitar aplicações de risco. Isso significa deixar o dinheiro dos fundos aplicado em opções conservadoras, cuja rentabilidade ficará abaixo de opções mais arriscadas, como as ações. A segunda é aplicar em papéis da dívida pública que remuneram pelo mesmo índice de preços que serve de referência para a rentabilidade das carteiras. O problema, aqui, é que os administradores relutam em colocar seus recursos em papéis de pouca liquidez (caso dos títulos brasileiros). Além disso, os prazos de vencimento dos títulos públicos são menores dos que os investidores necessitam, já que as carteiras precisam de opções de longo prazo.

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