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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.
O Banco do Brasil está preparando sua entrada no Novo Mercado, o segmento diferenciado de negociação de ações da Bolsa de Valores de São Paulo. Segundo um comunicado do Banco Central (BC), o governo federal deverá realizar uma oferta de ações equivalentes a até 7,5% de seu capital total, o que aumentaria o nível de liquidez das ações do banco no mercado. Para isso, o Conselho Monetário Nacional (CMN) permitiu o aumento da participação de investidores estrangeiros no banco até o limite de 12,5% do capital -- hoje, somente 3,3% das ações do banco estão nas mãos de investidores internacionais. "Esse é um movimento básico para preparar a empresa para migrar para o Novo Mercado", diz um banqueiro de investimentos paulista. Procurado, o banco não comentou o assunto.
A decisão de fazer uma oferta secundária retira um dos principais obstáculos à inserção do banco no Novo Mercado, que era liquidez reduzida de seus papéis. O total de ações em poder de acionistas minoritários, conhecido pelo nome técnico de "free float", é hoje de apenas 7% do total. O Novo Mercado exige um mínimo de 20%, daí a intenção do banco de aumentar o volume de ações em circulação.
Segundo especialistas do mercado, a decisão permitirá uma valorização das ações do BB. Além do bom momento das ações do setor financeiro, que têm apresentado um desempenho superior ao da média do mercado, o BB deve querer aproveitar o aumento do interesse dos investidores quando uma empresa entra no Novo Mercado. "O BB já converteu todas as suas ações em ordinárias, agora basta aumentar o ';free float'; e ir para o Novo Mercado", diz o banqueiro.
Além do Banco do Brasil, empresas tradicionais no mercado acionário como Lojas Renner, Perdigão, Light, Tractebel, CPFL Energia e a construtora Rossi adaptaram-se ao Novo Mercado, devido ao potencial de valorização de suas ações. Hoje, esse segmento especial de listagem da bolsa reúne 24 empresas -- a maioria abriu capital nos últimos dois anos.