Banco do Brasil negocia compra do Banco Votorantim
Com fusão entre Itaú e Unibanco, porém, Bradesco pode tentar atrapalhar o negócio
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.
O Banco do Brasil está negociando a compra do Banco Votorantim, braço financeiro do conglomerado da família Ermírio de Moraes. O Banco Votorantim é o nono maior do país, com ativos totais de 73 bilhões de reais. As negociações estão adiantadas, e o resultado pode ser conhecido nos próximos dias. Segundo EXAME apurou, o Banco Votorantim está sendo assessorado pela consultoria Boston Consulting Group. Já o Banco do Brasil é assessorado pelo banco de investimentos UBS Pactual. Procurados, tanto o BB quanto o Banco Votorantim negaram a informação de que negociam.
De acordo com executivos que participam das conversas, a hipótese mais provável é que o Banco do Brasil compre por volta de metade do controle do Banco Votorantim. Isso atenderia, ainda de acordo com esses executivos, a um desejo da família Ermírio de Moraes: não se desfazer do banco inteiro. O maior entrave à conclusão do negócio, porém, é o preço. A família Ermírio de Moraes esperava uma proposta que avaliasse o banco em cerca de 10 bilhões de reais. Segundo EXAME apurou, a oferta do Banco do Brasil ficou longe desse número. Agora, negociadores dos dois lados tentam chegar a um acordo em relação ao preço. Caso não se consiga atingir um valor consensual, as negociações podem ser interrompidas.
Um fato novo pode aumentar o poder de barganha dos vendedores — a fusão entre Itaú e Unibanco, que formou o maior banco da América Latina, à frente dos ex-líderes Banco do Brasil e Bradesco. A transação pode aumentar o apetite do Bradesco para novas aquisições. Nas últimas semanas, o mercado foi tomado por rumores de que o Bradesco já teria comprado o Banco Votorantim. Na verdade, houve conversas iniciais entre os dois, que acabaram não evoluindo. Com a reviravolta no ranking do setor, no entanto, o Bradesco pode voltar às negociações, pressionando o BB a elevar sua proposta. Comprando o banco Votorantim, o Bradesco não conseguiria alcançar o banco resultante da fusão entre Itaú Unibanco, mas ultrapassaria — por pouco — o Banco do Brasil em ativos totais.