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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h33.
O Banco Daycoval decidiu apostar em uma forma alternativa - e mais arrojada, assim como a nova geração que co-administra a instituição - para se financiar. Até o final de agosto, o banco lança seu primeiro Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). Será um fundo de recebíveis lastreado nos títulos que o banco tem para receber das micro, pequenas e médias empresas para quem empresta desde 1968, quando surgiu com a missão de financiar esse segmento. O objetivo com o FIDC é claro: aumentar o prazo do funding (a soma de dinheiro que a empresa capta para financiar as suas operações).
"Uma das maiores vantagens dos FIDCs é que eles apresentam custos menores para as empresas captarem recursos e retornos maiores para os investidores", afirma o diretor da Daycoval Asset Management, Roberto Kropp. Com a operação, o banco pretende obter 160 milhões de reais em 45 dias.
Na estréia, o banco decidiu contratar um serviço cinco estrelas: contratou a Standad & Poor´s para fazer a classificação de risco e a Serasa para avaliar os títulos que darão lastro ao fundo. Da Standard & Poor's, ganhou a melhor nota concedida pela agência de classificação de risco: AAA.
O fundo será fechado em um período de 36 meses e terá carência de 18 meses. A remuneração das cotas seniores (que têm preferência para resgate e recebimento de rendimentos) vai variar de 104% a 106% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI), sendo o investimento mínimo inicial de 25.000 reais. Após o lançamento, no entanto, as cotas poderão ser negociadas na Bovespa e na Cetip. A remuneração das cotas subordinadas (as primeiras a sofrerem perdas, no caso de prejuízo do fundo, e que serão compradas pelo próprio Daycoval) será, aproximadamente, de 130% do CDI.
Composição
Os títulos que irão compor o FIDC fazem parte da carteira de direitos creditórios do Daycoval, que atualmente chega a 1,1 bilhão de reais e conta com papéis cedidos por empresas de diversos setores, atuantes em diferentes regiões do país. Como o fundo será multissetorial, o banco utilizará papéis de, no mínimo, sete setores em sua composição, sendo que cada setor poderá representar, no máximo, 15% dos títulos do FIDC. "Assim, nós conseguimos reduzir bastante o risco do negócio", diz Kropp.
A Serasa será responsável pela análise e certificação dos recebíveis, dando notas de A a E - de acordo com o risco oferecido pelo devedor. Segundo as regras do fundo, somente títulos A, B e C serão incorporados à carteira, no percentual mínimo de 20% para papéis A, máximo de 80% para papéis B e máximo de 10% para C. O Itaú será o custodiante e toda a operação será auditada pela KPMG.
Em plena fase de pré-divulgação do fundo, Kropp garante: "O fundo terá risco semelhante ao de títulos públicos, mas o rendimento será bem superior".